sábado, 30 de julho de 2011

Hoje tenho hora para voltar

Hoje tenho hora para voltar,
acho melhor não sair...
Em qualquer lugar, posso te amar.
Mas precisava te ver sorrir.

E essa lágrima que escorre
quando está a chorar?
Quando a vejo, meu coração morre.
Queria estar aí para a secar.

Não culpe meu cansaço
ou meu tempo que morreu.
Te dou cada pedaço
de todo amor meu.

Hoje tenho hora para voltar
e isso me faz
querer te amar
cada vez mais.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 26 de julho de 2011

Cansaço

Os dedos me cansam a escrita
e amolecem as palavras no caderno.
A cada palavra não dita,
mais um dia frio de inverno.

Os olhos me cansam a visão,
se fecham, e não querem abrir.
Hoje, vejo as coisas com o coração.
Vivo em sono sem querer dormir.

As Luas da minha vida
se preocupam demais comigo.
Vida cansada e sofrida
sem um abraço de um amigo.

A idade vai se perdendo
junto com a lucidez.
Vivo bêbado e escrevendo
para conter minha embriaguez.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Quem vem de lá

Quem vem de lá,
do fim daquela rua?
Não escuto seu andar,
Não te vejo sob a Lua.

Vem devagar, em lentidão
assobiando em baixo tom.
Caminha em solidão
fazendo seu som.

As pegadas criam uma voz
e sua sombra aparece.
A Lua e ele, à sós
acordando quem adormece.

Maldito barulhento
que me acorda essa hora!
É demais atrevimento,
dê a volta e vá embora!


Autor: Lucas Braga

Sonhos que sonhei

Nos sonhos em que sonhei
vivia diferente.
Era anjo, era rei,
só sabe quem sente.

Eram sorrisos verdadeiros
com base em boas intenções.
Céus e reinos inteiros
sonhados em suposições.

Hoje, sou tudo que há
e se sonho com a verdade,
é porque não estou a sonhar
mas vivendo a realidade.

Mas, se sonhei que era eu
e a verdade é o que sei,
seria tudo sonho meu
de ser anjo e de ser rei?


Autor: Lucas Braga

Era tempo, foi passado

Era tempo, foi passado
não tenho mais a sensação.
Era meu ser, apaixonado.
Não conheceu a satisfação.

Sobrevivi do tempo perdido
juntamente com falsos amores.
Mas daquele amor ardido,
nunca mais acharei tais cores.

Era tempo, já passou...
Meu ser não se acostuma.
É como a onda que levou
e na areia, ficou espuma.

Foi-se meu mundo
daquele que não aproveitei.
Nesse buraco profundo
não amava, e disso, não sei.


Autor: Lucas Braga

Minha alma do mar

Me perco com os pés na areia
ao observar tanta beleza.
Minha alma do mar, minha sereia.
Não preciso de Sol para ter certeza.

Nas lambidas do mar
sobre meus pés apaixonados,
tenho vontade de mergulhar
mas meus pés estão parados.

Tanta ignorância do meu eu,
tanta falta de vontade.
Nesse dia, o Sol se perdeu
mas, na praia, fiquei até tarde.

A Lua quando nasce
te faz querer me largar.
Não pude ver tua face
mas nunca deixarei de te amar.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 12 de julho de 2011

Te criei em minha mente

Te criei em minha mente
mas não consigo te ver.
Atos de um inocente
que só quer sobreviver.

Me criei dentro de mim
para poder te conhecer.
Minha busca é sem fim,
me criei por você.

Se és real ou não,
não procuro saber.
Dá ao coração
mais amor para bater.

Te criei em pensar
se conseguiria viver
tentando te imaginar
ou vivendo para te ter.


Autor: Lucas Braga

E até por amor

E até por amor,
eu choro.
Paixão cheia de dor,
uma mistura que adoro.

Lágrimas de tristeza
não escorrem entre nós.
Conversas sobre a mesa
quando estamos à sós.

Me dizem, sem nexo,
mentiras sobre você.
Meu amor é muito complexo
para me deixar as absorver.

Portanto, imploro
para que continue a chorar
de felicidade. Eu adoro
sua forma de me amar.


Autor: Lucas Braga

Garota de papel

Conheci uma garota de papel
tímida e delicada.
Olhos cor de mel
e blusa pouco amassada.

Já era de se esperar
de uma garota assim.
Frágil para estar
olhando demais para mim.

Os olhos de mel,
da garota crua,
me desviam para o céu
mas não vejo a Lua.

Começa a chover,
os pingos me molham.
Seu corpo a se desfazer
mas seu olhos ainda me olham...


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Preciso sonhar

Preciso sonhar
para esquecer os problemas da vida.
Dela, só quero lembrar
daquela que jamais será esquecida.

O amor é um problema
que não me traz solução.
Minha prosa sem tema,
vida de pura ilusão.

E a saudade aperta
quando sonho com ti.
Se faço a coisa certa,
é porque, o erro, não vi.

Só não me acorde para a vida
quando você quiser viver.
Tu és uma alma esquecida
e só durmo para não te perder.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Os sons em mim

Que sons mais altos
que não escuto quando embarulho.
São como pedras em saltos,
e em cada salto, um pedregulho.

Me dói a audição,
e sinto internamente
uma estranha vibração
que nem o barulho sente.

Sou eu que o crio,
só eu o sinto?
Da verdade, eu rio.
E, se rio, minto.

Há barulho em mim,
crio tanto para fora.
Um barulho sem fim
que não pretende ir embora.


Autor: Lucas Braga

Nas estradas

Nas estradas da perdição
me perdi há tempos atrás.
Hoje me faz solidão
e sozinho, ninguém se faz.

No caminho de volta
há muitas incertezas
como a lágrima que se solta
dos olhos de impurezas.

Há vida em quem fui
e em quem ainda sou.
Mas, do corpo, se dilui
a vida que ficou.

Descanso nas estradas
procurando me conhecer.
Nas horas intercaladas
me visito para viver.


Autor: Lucas Braga

Saudade do inexistente

Saudades do inexistente,
do que nunca foi de haver.
Choro por quem não sente
e sinto por quem não quer ver.

Ah, grande incerto
que me sufoca de curiosidades.
O presente está perto
mas do futuro ainda há saudades.

A cada minuto passado
menos saudades eu tenho.
Por ter tempo acabado
de saudades de onde eu venho.

O futuro, não verei,
a saudade há de existir.
E do tempo, o que sei,
é que quero e não posso sentir.


Autor: Lucas Braga

Um abraço

Me abraçou forte,
era quase eu.
Talvez fosse sorte
o abraço que me deu.

Sou eu que me abraço
fugindo da solidão.
Me segurando do cansaço,
aquecendo meu coração.

Molestei minha mente
em busca de verdade.
No vazio, somente
negritude e saudade.

Me espero, na vida,
um abraço seu
de uma alma não esquecida,
de um abraço não meu.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Tenho preguiça de ler

Tenho preguiça de ler
mas leio de forma obrigada.
Não entendo o que me faz querer
continuar lendo e mais nada.

É como se estivesse lendo
e ao mesmo tempo, dormindo.
Meus olhos estariam vendo
e meu coração não estaria sentindo.

Vai passando, vai passando
e os olhos continuam lá.
Talvez mortos, mas acompanhando
enquanto o corpo está a sonhar.

Difícil era passado,
hoje já me acostumei.
Meu olho anestesiado
e minha alma sem lei.


Autor: Lucas Braga

Sempre que penso

Sempre que penso,
não lembro de pensar.
A cada pensamento denso
fica mais difícil de lembrar.

O próprio pensante
se considera impensável
quando o pensamento errante
se torna maleável.

Se pensas que não pensas
e vive em desafio,
as lembranças mais densas
correm todas pelo mesmo fio.

Coitado do pensador
que não sabe pensar.
Se pensa, não tem amor
e se não pensa, só sabe amar.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 5 de julho de 2011

Não sou

Não escrevo tudo em minha mente,
só poetizo o que meu eu sente
e, se sinto algo diferente,
é porque não é coisa de gente.

Não vivo tudo que me vem,
não quero sempre o meu bem.
Vivo para sempre ir além
e dependendo de quem vem também.

Nessas orgias de pensamento,
que sempre me deixam atento,
passo bastante sofrimento
mas é delas que eu me alimento.

Não vivo tudo que sou
nem vou para onde não vou.
Sou o poeta que não amou,
sou o pássaro que não voou.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Sonhei que sonhava

Sonhei que sonhava,
e no sonho, estava sonhando.
No meu sonho, eu não me lembrava
se, no fundo, estava lembrando.

No sonho sonhado
que sonhava pela madrugada,
sentia um toque gelado
de uma sensação sonhada.

E hoje me ausentei de sonhar
apesar de estar sonhando.
Dormir, viver, amar...
Não sei o que estou procurando.


Autor: Lucas Braga