quarta-feira, 18 de junho de 2014

Se debruça em mim

Se debruça em mim
e me impede de viver.
Peso sem fim
que me lembra você.

Arrasta meus pés pelo chão,
me arrasta pela casa inteira.
Me prova em solidão
de segunda à sexta-feira.

E não larga, e não me impede.
O que há de fazer?
Você só me dá sede
sem ter nada para beber.

Da noite ao clarear do dia,
sinto ainda o que não vejo.
Antigamente você sorria,
hoje em dia, nem um beijo.



Lucas Braga

Pulsa

Pulsa o sentimento involuntário
Abrindo espaço para o desejo.
Desprazer diário,
Vontade daquele beijo.

E sofrido passa o dia,
Passa a noite ociosa.
Cada vez mais poesia,
Pensamentos virando prosa.

E que castigo me dei,
Sem saber do que se tratava.
Se soubesse o que hoje sei
Não pensaria tanto no que pensava.

E de pulso em pulso,
De poema em poema,
Cada sentimento avulso
Virando roteiro de cinema.



Lucas Braga

segunda-feira, 26 de maio de 2014

E foi levado pelo vento

... e foi levado pelo vento.
Do início de tudo...
... em meio ao momento...
ao final mudo...
... e foi levado pela vento.


Autor: Lucas Braga

Inconstância segura

E flui na inconstância segura
de  um rio de ideias,
pelas ondas turvas de sua memória,
uma vontade à certa altura.

Navegando em meio às loucuras,
lhe convém o direito de ser
o autor das amarguras
e de outro desejo de viver.

Brisam os cabelos pelo ar,
e o rápido sopro pelo rosto,
gelado e fértil
na necessidade de amar.

E flui pelo rindo abaixo,
rio da inconstância segura
de alguém que se não acho,
se procura.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 6 de maio de 2014

Universo verso

O meu querer é inverso
da sua ilusão,
do corpo de cada verso,
de cada verso do meu refrão.
E ao longo do adverso,
da união de cada linha,
universo
você sozinha.
Mas se lê meus versos
e escuta minha fala,
com você, com verso,
e cada linha se cala.
Se perder meu universo,
releia.
Reverso
de alma cheia.


Autor: Lucas Braga

sábado, 19 de abril de 2014

Flui

Flui na indecisão constante
o pensamento leigo de um qualquer.
Pesado como um elefante,
mas suave como uma mulher.

Flui de forma indolor
como o vento pelo jardim
acariciando cada flor
ou seus cabelos sem fim.

Me permita fluir em você,
nessa imensidão apertada,
onde a vontade de viver
demora mais do que a madrugada.

E fluiu.



Autor: Lucas Braga

Sem Título III

Mergulhou no coração alheio e esqueceu de respirar.
Morreu apeixonado.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 18 de abril de 2014

No dia, na noite escura

No dia, na noite escura,
o sono que nunca dura.
A alma não descansa
vida breve sem cura.

Na chuva daquele dia,
nos ventos da manhã fria,
A sombra, sem esperança,
se aquece na rua vazia.

No quarto, janela fechada,
observa tudo e não faz nada,
lembra de sua infância
pairando pela madrugada.

Tenta compreender o incerto,
tendo sua sombra sempre por perto.
Na falta de ignorância
de seu ego mais esperto.


Autor: Lucas Braga

No frio

Você me faz falta no frio,
falta de mais um arrepio.
Falsa sensação de calor
e é por isso que sorrio.

Falta de mais um edredom,
falta daquele seu beijo bom.
Aquelas conversas, aquele amor,
aqueles sorrisos, aquele som.

E quando chove, já não sei mais
se é problema da chuva ou falta de paz.
Seu perfume me tonteia o mundo,
coisa que sua lembrança me traz.

E nesse frio que não se cala,
que treme tudo, que a junta estala,
um sentimento bem profundo
não me impede de lembrá-la.



Autor: Lucas Braga

Venho em momento ocioso

Venho em momento ocioso
escrever de forma clara
sobre a mente do ser preguiçoso
que respira a ideia rara.

De tudo que vem e vai
é preciso muita atenção.
Se não se guarda o que sai,
da mente e do coração,
a semente não cai
para germinar a inspiração.

E do ócio mais profundo
que desperta a mais ociosa
ideia de todo o mundo
me faz a mente preguiçosa.

Posso eu ter errado,
esquecido, nem sentido,
talvez nunca lembrado
ou estaria eu mentindo?



Autor: Lucas Braga

Mais rápido

Mais rápido
Ais rápido
Is rápido
S rápido
Rápido
Ápido
Pido
Ido
Do
0


Autor: Lucas Braga

Assim

Não crie expectativas demais,
não irão acontecer.
Não procure olhar para trás,
a vida é assim.

Se entope de coisas sem sentido
tentando cobrir o que já é certo.
Acerta no primeiro comprimido,
os outros, não têm fim.

Acompanhava as paredes de casa
tentando achar um final
que desse vida àquela brasa,
àquele fogo que é real.

Não crie expectativas demais,
você não é assim.
A vida te joga pra trás,
mas os comprimidos não têm fim...



Autor: Lucas Braga

Aos poucos

Aos poucos você vai tirando,
Aos poucos você vai sumindo,
Aos poucos, não está mais ligando.
Aos poucos é pouco
E não está mais sentindo.

Aos poucos tudo passa,
Aos poucos tudo fica.
Aos poucos perde a graça,
Aos poucos se perde tudo
E a alma se torna rica.

Aos poucos demora demais,
Aos poucos não termina.
Se afasta um pouco mais

Aos poucos voce buzina
Aos poucos voce me traz
Um pouco mais da sua menina.


Autor: Lucas Braga

Já foi

Me afoguei nas crenças do último dia
Tentando, enfim, me fazer companhia
Em vão.

Cigarro e poemas,
Televisão e outros sistemas
Para mais um refrão.

A fumaça dança se arrastando pelos meus dedos.
O silêncio é a prova dos meus segredos,
É à prova de solução.

Sintonia com o que merece,
Descansando no que acontece,
Melancolia em combustão.



Autor: Lucas Braga