sexta-feira, 15 de abril de 2011

Presa

Solte-a! Deixe-a respirar!
Não sente a agonia
que ela tenta te mostrar?
É muita ironia...

Ela precisa de atenção,
não vá embora.
Escute com seu coração.
É de verdade agora.

Faz tempo que corre
da sua realidade.
O sentimento não morre
com tão pouca idade.

Não cometa o mesmo erro
de prendê-la novamente.
Só irá vê-la em seu enterro,
provavelmente.


Autor: Lucas Braga

Simples demais

Ao som do violão,
ele me conquistou.
Pegou meu coração
e, nele, se enfiou.

Suas cordas faziam
meu corpo inteiro vibrar.
Eu não entendia o que elas diziam
mas me dava uma falta de ar...

Sua voz, me encantou.
Seu sorriso, me fazia sonhar.
Todas as vezes que o mostrou,
tive uma vontade de voar...

Sua música foi simples demais
para me deixar apaixonada.
Não entendo o que me faz
pensar nele e em mais nada.


Autor: Lucas Braga

Quase um bicho

Me alimento do lixo,
utilizo o que você já usou.
Pareço um bicho
mas te garanto que não sou.

Me escondo das tempestades,
do sol forte também.
Durmo nas ruas das cidades
com meu cão e mais ninguém.

Passo horas do meu dia
sem ter nenhuma atenção.
Canso de ver gente fria
e sem coração.

Ninguém sabe meu nome,
ninguém pergunta para mim.
Estou cansado de passar fome
nessa desgraça sem fim.


Autor: Lucas Braga

Preciso me acostumar

Preciso me acostumar
com esse amor sem fim.
Esqueço de respirar
quando você olha para mim.

Meu coração me alerta
sobre o que está acontecendo.
Você é a pessoa certa
e por quem estou vivendo.

Acredito nas suas conversas
e no seu coração.
Confie nas minhas promessas,
segure forte minha mão.

Preciso me acostumar
com você me olhando assim.
Estou ficando sem ar
com seus olhos sem fim.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 12 de abril de 2011

Entediante conversa

Já deu a minha hora,
quero sair daqui.
Preciso ir agora,
preciso muito dormir.

Sua conversa é chata.
O sono me tomou conta.
Sua voz me maltrata
e minha cama já está pronta.

Cada palavra sua
é um passo mais perto
de um sonho sem a Lua,
sem a noite, ao certo.

Acho que vou desistir,
acho que vou desmaiar.
Estou pensando em dormir
antes de você se calar.


Autor: Lucas Braga

A mente

Os advérbios mentem
ou pensam demais?
Adverbialmente sentem
a mente de quem os faz.


Autor: Lucas Braga

Vício da língua

Mais de mil erros de português:
Mi lium, mi lidois, mi litrês...


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Roda Gigante

Para cada lágrima sua derramada,
me declararei para te alegrar.
Para cada palavra minha apaixonada,
quero que você escute, e não ouse chorar...

domingo, 10 de abril de 2011

Doce

Menina dos olhos de mel,
por quê é assim?
Seu olhar me leva ao céu,
uma viagem sem fim.

Seu olhar doce
alimenta minha alma.
Antes fosse
o motivo da minha calma.

Te quero me olhando
enquanto te olho.
Se te vejo chorando
sou eu que me molho.


Autor: Lucas Braga

Colecionador barato

Sou um colecionador
de coisas baratas.
Coleciono a dor
e palavras ingratas.

Faça-me o favor,
se tiver tempo,
de me dar seu rancor
para meu passatempo.

As coisas lindas
não são prioridades.
Mas são bem-vindas
em troca de saudades.

Não venha colecionar
o mesmo que eu.
O defeito de não amar
é somente meu.


Autor: Lucas Braga

Ritual

Rasgarei teu vestido
se você me permitir.
Deixarei ele caído
até você prosseguir.

Tirarei os brincos
para que não os machuque.
Tirarei todos os cinco
com aquele velho truque.

Te deixarei despida
em chamas e beleza.
Esperarei que seja consumida
pelo tempo e pela pureza.

Após isso, terei poder
de te dizer o que sinto.
Se, por acaso, te aborrecer,
é porque minto.


Autor: Lucas Braga

Mágoas

Já está tarde
e você ainda chora.
Com essa dor que te arde,
não consigo ir embora.

Enxugue suas fontes
que derramam água.
E então desmonte
todas suas mágoas.

Guarde-as para mim
mas não me dê.
Me deixe assim,
com vontade de você.


Autor: Lucas Braga

sábado, 9 de abril de 2011

Pare

Eu sou
quem talvez você não conheça.
Mas se sabe para onde vou,
por favor, me esqueça.

Não me entenda
pois será pior.
Se surpreenda
com essa mentira maior.

Vivo de nomes,
morro de amores.
Me alimento das fomes
de todos esse horrores.

Eu não sou
quem você conhece.
Se quer saber para onde vou,
desiste, esquece.


Autor: Lucas Braga

Certeza

Certas coisas
são incertas.
Com certos
consertos
as coisas incertas
são mais que certas.
Acertos.


Autor: Lucas Braga

Tempos

Um dia me perguntei,
aonde isso ia parar.
Sobre o que pensei,
não consigo te falar.

Às vezes sou assim,
sem começo e meio.
Talvez encontre um fim,
mas, normalmente, não o receio.

A memória está fugindo,
como palavras de uma boca.
Minha mente continua rugindo
até ficar completamente rouca.

Hoje em dia, me pergunto
sobre o que estava pensando.
Não lembro mais do assunto
que estava te falando...


Autor: Lucas Braga

A falta do que fazer

Lhe mandei um recado,
através de uma borboleta.
Talvez fosse pecado
se lhe entregasse, também, uma violeta.

Não me culpo em ser feliz
te anunciando meu amor.
Não sou Machado de Assis,
mas também falo de dor.

Quem realmente te ama,
é meu outro eu.
Quem sempre te chama
não é quem você chama de seu.

Mas quem comete pecado
é quem te escreve
quando está alcoolizado
nos dias frios de neve.


Autor: Lucas Braga

Verdades ébriamente escondidas

Suas palavras de tristeza
me fazem beber.
Quando sento à mesa,
não sou quem costumo ser.

A realidade é diferente,
entendo a verdade.
O que você sente
não é (a verdadeira) realidade.

A distorção da vida
se ajusta ao meu ver.
O que antes era ferida,
se transforma em prazer.

Após te encontrar,
sempre cumpro minha rotina.
Estou sempre a me embriagar
Atrás dessa cortina.


Autor: Lucas Braga

As noites

Ao escurecer do dia,
te encontro com a Lua.
A noite é fria,
E eu sou sua.

Ao te receber,
te entrego alguns beijos,
te entrego o meu ser,
o que realmente almejo.

É necessário o encontro.
A crueldade de 'mais uma vez'.
A necessidade de por um ponto
em tudo que você me fez.

Não me repreenda se, um dia,
acabar com a noite,
matar a sua fantasia
e te castigar em açoite.


Autor: Lucas Braga

Entre tantos

Eu, em meio aos demais,
procuro alguns cantos
para me esconder atrás,
de qualquer um, em prantos.

Para arrancar meu coração,
com minhas mãos, suadas,
sentado no chão,
de almas magoadas.

Na necessidade de lembrar
de um alguém qualquer,
procuro te imaginar,
te entender, mulher.

Pois quando estou sozinho,
preciso de uma mão,
preciso de um carinho,
preciso do seu coração.


Autor: Lucas Braga

A música dentro de mim

Eu vibro,
eu danço,
eu balanço.

De dentro,
euforia,
alegria.
Me contento.

Pés,
cabeça.
Começa.
Danço à beça .

De fora,
a energia
contagia.
Não vai embora.

E todos dançam,
e todos cansam.
Mas continuam a dançar
e contagiam todo o ar.


Autor: Lucas Braga

Pedido cruel

Demita os cantores,
prenda os poetas.
Mate os pensadores,
machuque os atletas.

Acabe com as melodias,
queime as obras,
das pinturas às poesias
e tudo mais que sobra.

Algeme os pianistas,
cegue os visionários,
Corte a voz dos humoristas.
Ponha todos no armário.

Só não acabe com a esperança,
a vida da juventude,
o sorriso de uma criança
e sua maior virtude.


Autor: Lucas Braga

Amor maior

Suja de tinta,
marcas de dedos.
Caneta ainda faminta
por textos azedos.

Pontas amassadas.
Algumas até demais.
Certas palavras, rasgadas.
Coisa que o tempo não quer mais.

Um mundo entrelinhas.
Um segredo a cada ponto final.
Vidas de reis e rainhas
no meio de um carnaval.

Rimas e amores,
choros e tentações,
palavras tomadas de dores,
restos de emoções.

Apesar de tudo,
te encho de frases
enquanto você me deixa mudo
nesse mundo de fases.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Atualidade

Me recolho ainda cansado
com o corpo amansado.
Escureço em seus braços
para não reconhecer seus traços.

Me corte a pele e meu nome,
me mate de fome.
Mas não me reconheça
antes que eu te esqueça.

Seu abraço aquece
meu corpo que apodrece,
meus ossos ainda gelados
gritam, por socorro, calados.

Seu beijo de despedida
acida minha vida
que um dia foi válida,
mas hoje, não passa de pálida.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Ela

A voz que ninguém escuta,
a pétala que machuca,
o início que não começa,
a atriz da minha peça.

A dor que não arde,
a lua que brilha tarde,
o vento que assopra quente,
o veneno de uma serpente.

O som que não existe,
o beijo mais triste,
a escuridão que ilumina,
a droga que me alucina.

Tantas coisas para descrever
a pessoa que me faz viver.
Ela é assim,
perfeita para mim.


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Fingerprints

I can see your fingerprints
through my veins.
It hurts a lot
and I can only feel the pain.

You erase every word
you wrote on me.
Erase with a knife
and make me bleed.

My body is a game
and you're the player.
I play with chains,
I play like a slayer.

Your love is weird
like your fake smile.
Your fingerprints
won't leave me for a while.


Autor: Lucas Braga

My scars

Your poisoned fingers
are touching my skin.
If it lingers,
I'll see you like a sin.

My blood is on fire,
it's burning me inside.
I'm deep in mire
with these veins, so dried.

I got a lot of scars
in my back and chest.
Your nails went too far
and, now, I can't rest.

Your words are
black, white and gray.
To cure these scars
I won't hear what you say.


Autor: Lucas Braga

Memórias

Você diz que me amou
como eu jamais te amei.
Não disse quem sou,
mas disse o que sei.

Sua presença reprime
o ar que respiro.
Momento meio sublime
para um último suspiro.

São memórias mortas
costuradas em meu coração
com linhas tortas
que me machucam em vão.

O tempo desperdiçado,
com essa falsa ilusão
de te ter ao meu lado,
não me deixou decepção.


Autor: Lucas Braga

domingo, 3 de abril de 2011

Ressaca de prazer

É difícil acordar,
e perceber que não existe mais.
Ainda me falta o ar
de algumas horas atrás.

No meu corpo, ainda percorre:
um prazer insaciável,
uma vontade que não morre
com essa chama inflamável.

Nossos corpos como um só,
seu calor me aquecendo.
Minhas veias virando pó,
meu sangue não está mais correndo.

Beber seu prazer,
me causa bastante ressaca.
Irei de devolver
com uma dose mais fraca.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Momento de crise

Essa dor superficial,
que atravessa minhas juntas,
transforma o bem em mal
para todas minhas perguntas.

É sensível e apavorante
enquanto escorre pela pele.
Escuto um gemido agonizante
que faz com que me coração congele.

As batidas param,
o sangue, adormecendo;
as feridas não saram.
Acho que estou morrendo.

E lá do fundo,
de dentro do meu peito,
há um buraco profundo
que me deixa satisfeito.


Autor: Lucas Braga