sábado, 10 de dezembro de 2011

Tão só

Hoje  me sinto tão só,
tão escondido dentro de mim.
Pareço fugir do meu melhor,
parece que meu melhor chegou ao fim.

Me olho no espelho durante o dia
e me transformo em algo diferente.
Pode ser coisa de poesia,
pode ser coisa de gente.

Tento tampar cada buraco de meu peito
com palavras nulas ao meu redor.
Se meu dia fosse, pelo menos, perfeito,
eu não me sentiria tão só.


Autor: Lucas Braga

sábado, 3 de dezembro de 2011

Pelos corredores

Na sua casa pintada em cores
chego alegrando seu ar.
Evita-se de ter seus amores
porque, com a tinta, está sempre a respirar
quando à vão visitar.

Mesmo chegando com flores
Tentando te despintar,
me corre pelos corredores
evitando me escutar
quando estou a te amar.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Seus versos

Meu violão não tem mais voz
e me acalmar, já não adianta.
Preciso te fazer amar quando estamos à sós
e dizer certas coisas que só sabe quem canta.

Te roubo dos meus olhos e pensamentos
e lhe devolvo meus sentimentos
para guardar na sua carteira de cor de madeira.

Pinte em minha pele, versos que não posso ler
me diga o que quiser, mas não me faça saber
porque eu posso, no final, sofrer.

Vejo nós dois deitados no tapete lá de casa
pensando em como conheceremos o universo.
E a cada pensamento, uma brasa
que vem da minha pele, dos seus versos.

Apague a luz da minha saudade
e a faça dormir com tranquilidade.

Das sensações mais lindas que já senti,
foi seu beijo em minha pele que me fez acordar.
Meus poros não param de entupir
com suas palavras que estão a me amar.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Pedras

Conheci algumas pedras em minha viagem
e não consegui ouvir uma palavra delas.
Nenhum pedido mais selvagem
para se atirarem às janelas.

Tais janelas, que nem existem aqui
onde o sono é profundo
e o silêncio não cabe em si.

Me sonho tão imundo
em vontades de não dormir
que acabam em um segundo.

Me sonho com pedras voando
tentando me dizer o que não posso escutar.
E durmo mesmo viajando
procurando janelas para, as pedras, eu tacar.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Chaves

Se você realmente for me deixar, amor,
deixe as chaves debaixo do tapete.
Porque eu sei que é difícil a despedida
mas faça isso, por favor.

Nossas lembranças serão divididas
para que os dois possam chorar quando der vontade.

Quando me encontrar por aí,
me olhe nos olhos...
Gosto de lembrar do que eu sou capaz de sentir.

Lembre que a saudade que eu sinto de você, é minha
e a que você sente de mim, é sua.
Já costurei tantas vezes na minha pele com agulha e linha
enquanto sua saudade, você encontra olhando para a Lua.

Você sabe que a chave não sairá daonde você deixou.
A porta estará sempre destrancada
para quem um dia me amou
e eu considerei tão amada.


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Segunda-feira

Toda segunda-feira você me procura
querendo me mostrar a minha cura
para esse falso amor.

Já cansei de ser enganado
para tudo, sempre apaixonado.
Cansado de sentir dor.

E quando chega o fim de semana
você para de dizer que me ama.

Nas ruas do meu bairro,
aonde quer que eu pare para pensar
encontro você querendo me apaixonar.

O choro engolido,
comprido e desprevinido
de tardes sem você...

Meu telefone não serve mais,
o desliguei à meses atrás
para não ter mais que viver.

Invente um calendário,
invente um único horário
para você poder me amar
e eu poder acreditar.


Autor: Lucas Braga

Distância

Eu
nunca mais te busquei.
Quantas vezes me escutou e me leu
mesmo quando não te escrevi e não te falei?

Nossa distância diminuiu
assim como a saudade entre nós.
Como o sonho de quem já dormiu
ou o grito de quem não tem mais voz.

Mas ainda existem tantas linhas,
espaços e faltas do que fazer...
Desculpa por ter palavras minhas
que me separam de
Você.


Autor: Lucas Braga

domingo, 6 de novembro de 2011

Há saudades

O tempo brinca, castiga.
Me dá vontade de gritar, de ter o que fazer.
Minha saudade, ainda amiga,
me fala para, sem querer, a ter.

Silêncio arranca palavras de minha garganta,
me prende no passado, me faz chorar.
Tento pensar, mas não adianta
porque só o tempo pode brincar.

Em frações de segundos
onde me perco no infinito passado,
me encontro em tantos mundos
e sou tão pouco amado.

Há saudades e isso não posso negar
pois na vida, se ama.
Meu sentimento vai sempre sentimentar
o que sinto e o que me engana.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Quero viver minha vida sem me preocupar

Quero viver minha vida sem me preocupar
com o que você e todos vão achar.
Não sei se vivo de forma certa ou errada.
Prefiro viver assim do que não viver nada.


Autor: Lucas Braga

Único pedido

Se um dia quiser saber
o que tanto escrevo,
pergunte para quem me lê
porque para você, eu não devo.


Autor: Lucas Braga

Meus segredos

Existem forças que atuam contra mim
querendo me derrubar, planejar meu fim.

Não vou me rebaixar, não vou cair em tentação.
Meu punho é forte. não é sim, é não.

E suas palavras cortantes, sua vontade incontrolável
de acabar com meus sonhos, tão anti-amável
torna nossa relação menos saudável.

E só me salvo de você, debaixo de meus lençóis
onde o tempo é curto, o ar é rarefeito
mas onde estou com minha mente, à sós
e isso torna meu momento perfeito.

Apago o que diz sobre o que não sabe
Porque o que fiz, na sua mente não cabe
e não me peça para abrir, porque para você, não abre.


Autor: Lucas Braga

Bolso

Sabe aquela conversa de ontem a tarde?
Está numa carta amassada
e no meu bolso está guardada.

Ainda tenho nela, seu último sorriso,
suas palavras melancólicas,
sua boca desenhada, seu cabelo liso.

A saudade de um canto para mim
para pensar mais em você.
Ler sua conversa sem fim
e continuar tendo mais coisas para ler...

O tempo mudou, mas as coisas permanecem iguais
Abro a janela, arejo minha alma
Quanta calma. São coisas naturais.

Por mais que o papel envelheça
eu quero que você não se esqueça
que meu bolso ainda está cheio
e sempre que tenho tempo, o leio.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Lágrimas cansadas

Lágrimas cansadas escorrem pelo meu rosto,
seu cheiro em meu travesseiro me mata de saudades.
Ainda sinto, em meu copo, seu gosto
Daquela tarde, uma raridade...

Sei que músicas são difícies de entender
mas meus sentimentos conseguem entendê-las.
Meus olhos mal conseguem ver,
mas eu sinto as estrelas.

Não se apresse como o tempo faz.
Espere o melhor momento.
Quando se espera, se tem sempre mais,
mais amor, mais sentimento.

Para que estar ao lado, se podemos estar dentro?
O carnal é apenas uma imagem.
Te sinto como sinto o vento,
beleza rara como uma miragem.

É mais do que tudo, amor.
É mais do que passagem de tempo.
Meu travesseiro cheira a flor,
meu coração, nosso sentimento.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Suas saudades

Me suam as mãos de tanto escrever
e já doi a saudade.
Mas saudade de que
se não tenho sua amizade?

Observo a minha cafeteira
trabalhando para me acordar.
Abro a porta da geladeira
mas não é a fome que quer me matar.

Arranho algumas notas no violão
para acabar com esse silêncio
que construiu a solidão.

Desamarro todos meus sapatos
me entretenho com simples atos.

Mas são só mentiras que eu sei que me enganam.
Suas saudades ainda me chamam.


Autor: Lucas Braga

Um brinde

Quero sua boca em metáfora,
seus olhos em combustão.
Tua pele rente a minha,
nosso tesão, uma fusão.

O frio seria pouco até
para tentar nos separar.
Beijos de ponta do pé,
seus olhos resumem o meu amar.

Nas nuvens de um dia claro
eu deitaria com você.
Viveria mais um dia raro
que, normal, você os faz ser.

Brinda esse amor, e o beba em chamas
para sentir em um gole
o que se sente por quem te amas.


Autor: Lucas Braga

Tarde de poesia

Quando estou contigo
me sinto mais confortável
nesse sábado de tempo instável.

Até o pôr-do-sol se tornou eterno
nessa tarde fria de inverno
para me abrigar em seu abraço
e descansar o meu cansaço.

E você me conta segredos
dos mais diversos enredos.
Só para me deixar curioso tentando decifrar
coisas que não imaginava existir
em sua voz, ao contar
e me fazer sorrir.

Nessa tarde de poesia
escrita em caligrafia
de uma caneta vazia.


Autor: Lucas Braga

Meu passa-tempo

O tempo não passa,
mas meu passa-tempo é esperar.
A inércia não me tem graça.

Me sento só por sentar,
me levanto para não ficar sentado.

Penso no tempo parado,
estou em todo o lugar

As minhas faltas de criatividade em ter o que fazer
fazem tanta maldade a mente do meu ser.

Mas estou olhando para o nada
e o tempo passa e passa...
Já corre essa madrugada,
quanta preguiça sem graça...


Autor: Lucas Braga

Sem nome

Notas de um real em seu bolso,
procura por um bom almoço
andando pela calçada da praia
(passou mais um rabo-de-saia).

O sol não perdoa.
Vaga faminto e à toa.

Às vezes, se perde a fome,
não por ter comido,
é algo que não se sabe o nome.


Autor: Lucas Braga

Meu armário

Ainda guardo em meu armário
segredos de outras vidas.
Pego-os para sonhar, monto meu cenário.

E os cortes de cabelo, em meus pulsos
são mais impulsos do que vontade.
Tantas verdades em sonhos avulsos.
Tantos anos na mesma idade.

E meu armário, sempre fechado
escondendo seus beijos e meus desejos.
Meu coração trancafiado.

Almas costuradas com pétalas de uma rosa
vivem incompletas e fogosas.
Enquanto não acho a chave,
Esqueço o nome de novo dessa clave.


Autor: Lucas Braga

De quem eu sou

Escutar seus passos no chão onde dormi
me fazem acordar e sorrir.

E um bilhete que escreveu,
dizendo que não sou mais seu,
é mais um motivo para não ser ateu.

Minha deusa da despedida
que se despe na ida
e desaparece na volta.
Minha saudade se revolta.

Suas marcas de unha me avisam
que isso ainda não acabou,
mas não sei mais de quem eu sou.


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Batom vermelho

Teu batom vermelho pinta meu pescoço,
me possuo pelo seu desejo.
Te peço mais um beijo de almoço.

Guardo minhas chaves onde não possa ver
e aonde eu não possa me lembrar.

Quero chegar em casa e me deparar
com seus olhos nus em cima de mim
me pedindo para fazer assim.

As plantas daqui de casa procuram opinião formada,
os quadros não param de conversar.

E ainda tento limpar meu pescoço
para dar uma aparência de bom moço
para quando você vier,
porque tu sabes como tu és, mulher.


Autor: Lucas Braga

Óculos de Sol

Meus óculos de sol andam muito abafados
e não entendo porquê.
Tento enxergar pelos lados mas não vejo você.

Meus olhos pulam, meu coração dispara
mas ainda não consigo ver.
Tem alguma coisa que me para por completo.

Mas só piso em secas flores
para amaciar minhas dores
e deixá-las desnorteadas.

Continuo tentando te ver.
Suas altas tonalidades de voz me faziam entender.

Vou tentar te ligar e ver o que você acha.
Se devo mudar de óculos de sol
nesse sol que me racha.

Se por um dia, lembrar que eu tento te encontrar,
olhe para o sol e encontre meu segredo
que escondi das minhas dores por medo.


Autor: Lucas Braga

O mundo do meu agora

As vezes me sento no vazio
e me apoio no que me resta
para pensar em tudo de mais escuro
e quem sabe, quebrar esse muro
que nos atrapalha a enxergar.

Quando te ligo para tentar entender
porque não foi jantar lá em casa

Me acho no escuro, tentando ver
o que te disse mais cedo.

Me afogo em meio segundo
para hidratar minha alma
que te espera por todo um mundo
na passividade e na calma.

Não me evito, mas te amo
e não acho também que é um engano
em me apoiar no que me resta
porque no meu mundo, você presta.


Autor: Lucas Braga

domingo, 30 de outubro de 2011

Eu quero amar

Eu quero te amar, te fazer feliz
abraçar o guarda e pintar seu nariz.
Quero te dar flores,dançar com escultores
eu quero isso e sempre quis.

Amar é minha primeira opção
a segunda é conseguir entender
o que faz meu coração
amar sem pedir pra receber.

Sorrir é práticidade em qualquer idade
seus sorrisos estão em cada canto da cidade
para onde eu vou, seja no bar ou aonde você almoçou.

Ajudaria as crianças que já são grandes
a recuperar suas lembranças, as quais se escondem
delas.

Juntaria todas as gotas de chuva
e levaria para quem tem sede.
Cada folha seca, para quem dorme na rede,
cansado trabalhador, uma sombra.

Posso pintar o mundo de outra cor
e apagar essa dor que se esconde?
Tantas formas de amenizá-las
e não sei por onde começar a procurá-las.


Autor: Lucas Braga

Atitude em falta

Mal chego na praia, e já te vejo de longe
Com suas amigas sentadas na canga e esperando o tempo passar.
E despreparado com minha atitude em falta

Arranjo umas palavras pelo ar.
E arranjo mais sombras para pisar na areia
E encontrar minha sereia de pele morena

Que me chama para perto , me tira do correto
E Assim vou me perdendo mais

Posso apagar a sol para na minha cama você se deitar?
E te fazer sorrir e te fazer me amar.

Porque na minha casa é aonde te quero ver
E me fazer viver e nossos filhos criar.

Mal chega na minha vida, toda bem vinda
Com meus problemas para resolver
E despreparado com minha atitude em falta


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Hoje vou fazer poesia

Hoje vou fazer poesia
porque às vezes me falta ter.
Tendo sempre durante o dia
mais uma coisa para se fazer.

E quando a poesia se faz
sem minha necessidade.
Continuo sendo incapaz
de fazer algo nessa cidade.

Me relaciono com elas
de uma forma sem saber.
São coisas tão paralelas
que me fazem esquecer de viver.

Então, hoje vou deixar assim,
não quero fazer nada.
Se está tão difícil para mim
passar o tempo nessa tarde ensolarada.


Autor: Lucas Braga

sábado, 22 de outubro de 2011

Com amor

Fui me atrás no pensamento
para tentar entender
como flui o sentimento
que eu sinto por você.

E de ontem, do passado
tanto em ti eu ainda penso.
És um ser tão amado
por esse meu amor tão imenso.

Sou inteiramente seu
e do corpo não tenho direito.
O amor que já me deu,
é de tudo, mais perfeito.

Não se engane com a ausência
de minhas palavras amorosas.
Tenho, de certo, tal carência
que lhe darei com um buquê de rosas.


Autor: Lucas Braga

domingo, 16 de outubro de 2011

Vinhos

Teu vinho tinto já acabou
e meu sono há de vir.
Deite na cama de quem te amou
e de quem ainda te faz sorrir.

O tempo interrompe por uma fração
e toda ela é suficiente
para reviver meu coração
e ter meu sangue corrente.

Já me volta o amor
com álcool e saudades
até o Sol se pôr
o silêncio é raridade.

Ainda bem que tenho outro vinho
para beber depois.
No próximo, volto a ser sozinho,
pois amo de dois em dois.


Autor: Lucas Braga

Me mostrei ao mundo

Quem me mostrou ao mundo
o que hoje me faz ser?
Se não tenho nenhum oriundo
e amizades não sou de ter?

A vida não me passou toda
e, abandonado, tenho a estar
capaz de girar minha própria roda
e dela, me ensinar.

Abro a minha mente
e peneiro o essencial.
De tanto suficiente
sobressaio do especial.

Quem mostrarei da vida
que necessita de atenção,
terá outra saída
para o fim da decepção.


Autor: Lucas Braga

Minha forma de escrever

As poesias não possuem começo,
meio e fim.
As minhas podem estar ao avesso.
Quem as escreverá por mim?

Esta acaba aqui
e continuará logo mais.
Tantas palavras a fluir
que não sei do que sou capaz.

Terminou
E daqui começo novamente.
Porque para mim, o que acabou
pode começar diferente.


Autor: Lucas Braga

Passado

No início do passado,
quando tudo era nada,
foi me tanto acordado
numa vida tão sonhada.

E de sonhos em mim
tantos sonhos eu quis.
De toda vida sem fim,
das más noites que fiz.

Quando o nada me reinava
e me descobria à dormir,
vivia simples quando sonhava
tanto quanto a existir.

Vivia em sonos vazios
e em passados que hoje são
tão presentes quanto frios
que me sonham em solidão.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Olhar

O seu olhar mais atraente
perfurou meu coração.
E ainda diz que sente
por ter feito tudo em vão.

De cada íris de seus olhares
e de todas as letras de suas falas,
a falta que me faz, os lugares,
para me apoiar, minhas salas.

Vozes que lambem meus poros
e arrepiam minha inocência.
Em pequenas doses, choro
por não ter tanta indecência.

Mas ainda acho seu olhar
a coisa mais doce do mundo.
Um poço ao mergulhar
um escuro tão profundo.


Autor: Lucas Braga

A experiência

Trago comigo a experiência
de alguém que já viveu.
Traguei da vida, a essência
que não me matou, mas morreu.

O cinzeiro é sua cova
e tal fumaça que inalei
é mais uma experiência nova
que já soube mas não sei.

Ai saudades, ai lembranças!
O que ainda não fiz?
Esperei minhas esperanças
nascerem aonde eu quis.

Me ouse a vivenciar
cada coisa que não conheço.
Porque vivo para experimentar
o que me oferecem e eu as ofereço.


Autor: Lucas Braga

Minhas pegadas

Pegadas que, um dia ,dei
desaparecem como o pensamento.
E desse pensamento, o que sei
é que quando pensei
fui levado pelo vento.

O mesmo vento que varreu
as pegadas que eu fiz
e que diz que não sou eu
por ter vivido e já morreu
tudo aquilo que eu já quis.

Penso, ando, mas morto.
E vivo uma suposta enganação
por ter batendo, ainda, o coração
debaixo desse tal "conforto"
que acalma as pegadas nesse chão.


Autor: Lucas Braga

Dormem palavras em sono

Dormem palavras em sono,
no cansaço de outro eu,
e sentem no tal abandono
de mais uma tarde de outono
de quem ouviu ou já leu.

Descansam, por assim dizer,
de tudo que já passou.
E acordam, ao meu ver,
não para escrever
e sim para dizerem quem sou.


Autor: Lucas Braga

sábado, 8 de outubro de 2011

Por dentro

De dentro do meu inconsciente,
me vejo, me crio.
Nas profundezas, um afluente.
Memórias num rio.

E crio limitações,
ondas infinitas.
Me limito à ondulações,
mentes aflitas!

Mentalizo o impossível
e possibilito minha mente
de ver o invisível
me vendo à minha frente.

Vazio, só sinto vazio...
Que serás que me faz assim?
Sua ida, meu frio...
Tudo isso, dentro de mim.


Autor: Lucas Braga

Sem título

Faço uma poesia
sem título e motivo.
Faço da mente, uma economia.
Evito pensar, me sinto mais vivo.

E a bebedeira de hoje a tarde,
a choradeira de agora pouco...
O álcool, por dentro, me arde,
me queima, me deixa louco.

Cadê a ressaca quando preciso?
Posso ter ressaca de amor.
Posso ter ressaca do seu sorriso.
Só não posso ter ressaca de dor.

Termino uma poesia
sem motivo e nem título.
Mais uma do meu dia,
da minha vida, outro capítulo.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Eu me encanto

Eu me encanto
enquanto canto
em cada canto.

E tal encantamento,
em qualquer momento,
chama o vento.

E canto enquanto venta
numa voz bem lenta.
No meu canto,
ao meu lado, ele se senta,
em prantos.

E me encanto
no meu canto
enquanto ele tenta,
eu canto.


Autor: Lucas Braga

Eu quero

Eu quero a saúde dentro de cada remédio,
quero a paz resolvendo discução.
A chuva podia matar o tédio
e o amor cuidar mais do coração.

Quero andar sobre flores
e jamais pisar em espinhos.
Podia amenizar minhas dores
sem nenhuma taça de vinho.

Eu simplesmente quero
o que um dia foi esquecido.
Quero um abraço mais sincero
e menos um coração destruído.

Se tudo que eu quero, pudesse acontecer,
eu esqueceria o que eu ja quis,
pois mais coisas eu ia querer
e jamais seria feliz.


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Minha alma

Que noite é minha alma
em que estrelas me fazem ser.
Serena, perfeita, calma.
Luz em pontos para poder me ver.

Em astros, lá de cima,
a vida me dá graça.
Um espaço de novo clima
numa noite que sempre se faça.

Atrasa os pigmentos
mas as cores já se existem nela.
Na minha alma, correm sentimentos
e, de tudo, a parte mais bela.


Autor: Lucas Braga

Refiz

Refiz outro sonho
em forma de poesia.
Das linhas que me fazem a vida,
das palavras do mais claro dia.

Refiz, e pude então,
finalmente ler-me novamente.
Já que do sonho não me lembro,
minha arte está dormente.

Através do rio de idéias
contidas em cada fragmento
do meu sonho, da minha poesia,
crio, refaço cada momento.

Refiz, mais uma vez
um sonho inacabado.
Daqueles que você esquece
mas nunca deixa de lado.


Autor: Lucas Braga

Forma mais lúcida

Me drogo de forma lúcida
para ter paz em meu caminho
já que escuto tanto minha mente
e não consigo pensar sozinho.

Entupo minhas veias,
sim, àquelas que me alimentam
de amor e adrenalina.
Tantas drogas que me sustentam...

Os ventos já diziam
e me gelam a espinha
quando penso sem a alma
e quando ela vive sozinha.

Me dê  um papel
e algum remédio para dormir.
Escrevo, me drogo
e só assim poderei sorrir.


Autor: Lucas Braga

domingo, 11 de setembro de 2011

Ensaiando o suicídio

As rosas estão mortas
e o céu, não mais importa
se é claro ou escuro,
durmo em chão duro.

Sabedoria não existe mais.
O bom, se esconde atrás,
na sombra da alienação.
Conclusão: Não tenho conclusão.

Me perdi do real
e não tenho mais moral
em discutir com alguém
(não conheço mais ninguém).

Perdi os sentidos da vida,
essa que já me é sofrida.
E a única forma de me fugir
é me desligar, dormir.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

E vêm mudando as estações

E vêm mudando as estações
despindo cada flor,
acolhendo os corações
na ausência de calor.

E ao som do piano
observo o céu
de um azul ciano
coberto por uma nuvem de véu.

E os dias se vão,
a melodia permanece
cantando. Deitado no chão
observo o dia que escurece...

Estações mudam rapidamente
e eu não prestava atenção
como presto em gente
ou numa linda canção.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Coração de pano

Bordei um coração
com um pedaço de pano.
Arte que cabe na palma da minha mão,
arte sem engano.

As agulhas e as linhas,
namoraram em sintonia.
E em cada mão, ou melhor, nas minhas,
consigo fazê-lo bater, todo dia.

E tal coração de pano
que parece tão verdadeiro,
tão real, tão humano,
é, ainda, brasileiro.

Costurei nele, um botão
e seu nome, para lembrar
que o que carrego na minha mão,
substitui o que você tem a carregar.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sou o mais simples

Sou o mais simples
e da vida, sou quase nada.
A certeza perdida
andando vagamente pela estrada.

Dos sonhos, das certezas,
da pressa, da verdade.
Sou uma chuva de impurezas,
sou um ato de bondade.

Errado, sou eu,
imperfeito poeta.
Que, das linhas que li,
nada me completa.

Mas continuo vivo
debaixo de minhas artes,
tentando ser mais simples
escrevendo por todas as partes.


Autor: Lucas Braga

Virtudes num sonho

Virtudes num sonho,
sonhos sem eu.
Durmo em pesadelo medonho
onde o sonho não é meu.

Onde a água não molha
e você, não me beija,
meu reflexo não me olha
e você, quem quer que seja.

Me canso sem sentido,
acordo sem ter porque.
Respondo sem ter ouvido.

Há em mim, você.
E no abismo que estou caído,
me faltou vontade de morrer.


Autor: Lucas Braga

Velho coração

Flui tal pensamento
que não cabe em mim.
Se alastra como o vento
e parece não ter fim.

Dos olhos, escorre
e desce em lentidão
como a flor que morre
de sede e exaustão.

Me parece sentimento
ou sonho, ilusão.
Maldito seja o vento
que me tira a concentração
me trazendo sofrimento
para meu velho coração.


Autor: Lucas Braga

Cultivo

Cultivastes uma flor
com carinho em seu jardim.
Sem resposta ao seu amor,
dúvidas que não têm fim.

Lágrimas de uma mágoa
para regar a pequena.
Amor em fusão com água
e um sono em noite serena.

Dona de toda a felicidade
e poetisa de seus sonhos.
Excesso de claridade
para os dias mais tristonhos.

Tivestes seu segundo amor
e já se esquecia do passado.
Se apaixonou por uma flor
e se sentiu muito mais amado.


Autor: Lucas Braga

Minha cidade

Entre as paredes que me apertam
e o ar, já rarefeito,
o sono e a falta de tudo, me cercam
de uma forma que eu aceito.

Me banho em tentações
e pensamentos vazios.
Sonho com oscilações
entre o mar e seus navios.

Nada há para crer
e eu, não sou ninguém.
No quarto, nada para ter
enquanto o que tenho, estou sem.

Os poros do meu quarto
respiram minha vontade.
Mais um dia pacato
nessa horrível cidade.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Mordidas entre astros

O eclipse do Sol com a Lua
é como nosso amor.
Quando minha boca beija a tua.
É simplicidade e calor.

Uma imagem exótica
que provoca
ilusão de ótica
quando minha boca te toca.

É o fim do dia,
é a noite em começo.
Uma erótica harmonia,
o fim e o recomeço.

Eclipse lunar, solar,
não importa a ordem.
Somos um quando vem me amar
e sou seu quando seus olhos me mordem.


Autor: Lucas Braga

Ouvi, mas não captei

Ouvi, mas não captei
o que eles falaram.
O que falo, não sei,
as coisas que sei, acabaram.

Ritmo acelerado,
palavras desgovernadas.
Sou eu que estou errado
ou elas que estão erradas?

Sou um surdo numa sinfonia,
um mudo numa discussão.
Sem voz, escrevo poesia
e sem ouvir, vivo na multidão.

Queria eu saber
o que me falam e não entendo
Sou eu sem eu ser,
vivo sem estar vivendo.


Autor: Lucas Braga

Antes de homem apaixonado

Desde meu passado,
vivi, cresci.
Antes de homem apaixonado,
era difícil dormir.

Meus poemas sem verso,
minha música sem melodia.
Sonho que vive imerso
e só acorda durante o dia.

Te vejo, te desejo,
me contento. Sentimento.
Sinto fome do seu beijo
porque é dele que me alimento.

É demais o futuro,
não entendo, mas enxergo
pelas frestas, no escuro,
um amor completamente cego.


Autor: Lucas Braga

Do alto, o Sol dorme tarde

Do alto, o Sol dorme tarde
e se encontra com a Lua.
De baixo, um calor que arde.
Faltam sombras na minha rua.

Estranho seria
viver dessa maneira.
Ah, como eu queria
ver o Sol a noite inteira!

Infinitos de estrelas
e astros ao redor.
De tudo, não posso tê-las,
do sólido, me resta o pó.

Vejo tudo e nada,
quantidade significativa.
É dia, é madrugada,
é uma mistura mais viva.


Autor: Lucas Braga

Sua ausência me incomoda

Sua ausência me incomoda
de diversas maneiras.
Meu coração não concorda
de não te ver nas sextas-feiras.

Tenho conversado comigo
tentando entender
como é viver sem abrigo
e ter que me abrigar sem você.

Meu tempo é intolerante
e o seu, não passa.
Dirijo a vida sem volante,
rio, mas não vejo graça.

Perdi momentos que não voltarão
e, hoje, vivo de passado.
Ausência não preenche o coração
que bate vazio sem você ao lado.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Concentração

Chuva,
Chaveiro,
Chuveiro.

Todos fazem barulho,
como embrulho,
pedregulho.

Enquanto escrevo,
e me atrevo,
e crio relevo.


Autor: Lucas Braga

Dez badaladas

São dez badaladas
antes de me esquecer.
No esquecimento, atrasadas
são minhas formas de viver.

O tarde chega cedo
e traz consigo a escuridão.
Não há luz, há medo,
há esquecimento na imensidão.


Autor: Lucas Braga

Abre aspas

Queria ter de papel
a mesma quantidade
de estrelas no céu
para escrever a vontade.


Autor: Lucas Braga

Seus olhos

Há em seu olhar
os sonhos não dormidos.
Nos olhos de quem não quer sonhar
restam sonhos moídos.

E, diferente de mim,
tu sonhas acordado.
Minhas noites não têm fim
e você, apaixonado.

É na luz de velas,
na ausência de multidão,
que lembro do nome delas
(as batidas do meu coração).

Sinto mais do que sentimento
seus olhos a sonhar.
E em cada sonho, vivo atento,
procurando outra forma de te amar.


Autor: Lucas Braga

Acompanhado

Ventos que sopram agonia
e gritos molhados.
Cada dia é dia
de viver apaixonado.

E no frio da ventania,
um amor desesperado.
A solidão de companhia
e o frio do outro lado.


Autor: Lucas Braga

Destreza não aproveitada

Certas cartas
cortam em acertos
a certeza
certamente incerta.


Autor: Lucas Braga

Fim da tarde

O fim da tarde alerta:
Não há mais claridade.
No meio de um poema que se acerta,
o pôr do Sol cria suavidade.

Um mundo mais denso,
fosco e diferente.
No poema que escrevo, penso
como quem escreve e sente.

E o papel vai criando raízes
de uma nova história.
Do autor, cicatrizes,
amores e dias de glória.

Um poema sem fim,
interrompido pela ausência
de luz. É assim
quando se vive de carência.


Autor: Lucas Braga

Choro de inverno

Chora
agora
lá fora.
Não é hora
de ir embora.


Autor: Lucas Braga

Minhas verdades

Na verdade de quem sou,
ficaram imagens.
O concreto, se foi, voou
pelos ventos selvagens.

Dentro do meu eu,
não tão profundo,
esconde-se um pedaço seu:
O maior segredo do mundo.

Fui-me. E volto já.
Se sentir saudades,
comece a cantar
que voltarei em verdades.

Não se guarde para mim
como me guardo para você.
Sua vida não tem fim,
a minha, está prestes a morrer.


Autor: Lucas Braga

Sentimento

Há sentimento a ser tratado
e que falta faz o remédio...
Um sentimento não conjugado
que em mim, chamo de tédio.

Conheço uma cura
mas, remédio, não chega a ser.
Aquela da alma pura
que faz meu tédio desaparecer.

Minha tal alma gêmea
portadora da minha felicidade.
Da minha espécie, meu lado fêmea,
meu amor da mesma idade.

Sou quase um não-doente
que precisa de atenção.
Uma dose entorpecente
preciso em meu coração.


Autor: Lucas Braga

Mistério que há no fogo

Mistério que há no fogo
não conforma ninguém.
Joga seu próprio jogo
e dita quem é quem.

Gotas escorrem pela vela
e lambem seu corpo inteiro.
Parte dele se perde nela
e, a outra parte, no cinzeiro.

Esquenta, dá vida, ilumina,
espanta os males, dá visão.
Traz esperança para a menina
que passa o tempo em escuridão.

Se movimenta abstratamente
mesmo no silêncio do vento.
Seu ser, demais atraente.
Sua luz, em cada momento.


Autor: Lucas Braga

sábado, 30 de julho de 2011

Hoje tenho hora para voltar

Hoje tenho hora para voltar,
acho melhor não sair...
Em qualquer lugar, posso te amar.
Mas precisava te ver sorrir.

E essa lágrima que escorre
quando está a chorar?
Quando a vejo, meu coração morre.
Queria estar aí para a secar.

Não culpe meu cansaço
ou meu tempo que morreu.
Te dou cada pedaço
de todo amor meu.

Hoje tenho hora para voltar
e isso me faz
querer te amar
cada vez mais.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 26 de julho de 2011

Cansaço

Os dedos me cansam a escrita
e amolecem as palavras no caderno.
A cada palavra não dita,
mais um dia frio de inverno.

Os olhos me cansam a visão,
se fecham, e não querem abrir.
Hoje, vejo as coisas com o coração.
Vivo em sono sem querer dormir.

As Luas da minha vida
se preocupam demais comigo.
Vida cansada e sofrida
sem um abraço de um amigo.

A idade vai se perdendo
junto com a lucidez.
Vivo bêbado e escrevendo
para conter minha embriaguez.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Quem vem de lá

Quem vem de lá,
do fim daquela rua?
Não escuto seu andar,
Não te vejo sob a Lua.

Vem devagar, em lentidão
assobiando em baixo tom.
Caminha em solidão
fazendo seu som.

As pegadas criam uma voz
e sua sombra aparece.
A Lua e ele, à sós
acordando quem adormece.

Maldito barulhento
que me acorda essa hora!
É demais atrevimento,
dê a volta e vá embora!


Autor: Lucas Braga

Sonhos que sonhei

Nos sonhos em que sonhei
vivia diferente.
Era anjo, era rei,
só sabe quem sente.

Eram sorrisos verdadeiros
com base em boas intenções.
Céus e reinos inteiros
sonhados em suposições.

Hoje, sou tudo que há
e se sonho com a verdade,
é porque não estou a sonhar
mas vivendo a realidade.

Mas, se sonhei que era eu
e a verdade é o que sei,
seria tudo sonho meu
de ser anjo e de ser rei?


Autor: Lucas Braga

Era tempo, foi passado

Era tempo, foi passado
não tenho mais a sensação.
Era meu ser, apaixonado.
Não conheceu a satisfação.

Sobrevivi do tempo perdido
juntamente com falsos amores.
Mas daquele amor ardido,
nunca mais acharei tais cores.

Era tempo, já passou...
Meu ser não se acostuma.
É como a onda que levou
e na areia, ficou espuma.

Foi-se meu mundo
daquele que não aproveitei.
Nesse buraco profundo
não amava, e disso, não sei.


Autor: Lucas Braga

Minha alma do mar

Me perco com os pés na areia
ao observar tanta beleza.
Minha alma do mar, minha sereia.
Não preciso de Sol para ter certeza.

Nas lambidas do mar
sobre meus pés apaixonados,
tenho vontade de mergulhar
mas meus pés estão parados.

Tanta ignorância do meu eu,
tanta falta de vontade.
Nesse dia, o Sol se perdeu
mas, na praia, fiquei até tarde.

A Lua quando nasce
te faz querer me largar.
Não pude ver tua face
mas nunca deixarei de te amar.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 12 de julho de 2011

Te criei em minha mente

Te criei em minha mente
mas não consigo te ver.
Atos de um inocente
que só quer sobreviver.

Me criei dentro de mim
para poder te conhecer.
Minha busca é sem fim,
me criei por você.

Se és real ou não,
não procuro saber.
Dá ao coração
mais amor para bater.

Te criei em pensar
se conseguiria viver
tentando te imaginar
ou vivendo para te ter.


Autor: Lucas Braga

E até por amor

E até por amor,
eu choro.
Paixão cheia de dor,
uma mistura que adoro.

Lágrimas de tristeza
não escorrem entre nós.
Conversas sobre a mesa
quando estamos à sós.

Me dizem, sem nexo,
mentiras sobre você.
Meu amor é muito complexo
para me deixar as absorver.

Portanto, imploro
para que continue a chorar
de felicidade. Eu adoro
sua forma de me amar.


Autor: Lucas Braga

Garota de papel

Conheci uma garota de papel
tímida e delicada.
Olhos cor de mel
e blusa pouco amassada.

Já era de se esperar
de uma garota assim.
Frágil para estar
olhando demais para mim.

Os olhos de mel,
da garota crua,
me desviam para o céu
mas não vejo a Lua.

Começa a chover,
os pingos me molham.
Seu corpo a se desfazer
mas seu olhos ainda me olham...


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Preciso sonhar

Preciso sonhar
para esquecer os problemas da vida.
Dela, só quero lembrar
daquela que jamais será esquecida.

O amor é um problema
que não me traz solução.
Minha prosa sem tema,
vida de pura ilusão.

E a saudade aperta
quando sonho com ti.
Se faço a coisa certa,
é porque, o erro, não vi.

Só não me acorde para a vida
quando você quiser viver.
Tu és uma alma esquecida
e só durmo para não te perder.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Os sons em mim

Que sons mais altos
que não escuto quando embarulho.
São como pedras em saltos,
e em cada salto, um pedregulho.

Me dói a audição,
e sinto internamente
uma estranha vibração
que nem o barulho sente.

Sou eu que o crio,
só eu o sinto?
Da verdade, eu rio.
E, se rio, minto.

Há barulho em mim,
crio tanto para fora.
Um barulho sem fim
que não pretende ir embora.


Autor: Lucas Braga

Nas estradas

Nas estradas da perdição
me perdi há tempos atrás.
Hoje me faz solidão
e sozinho, ninguém se faz.

No caminho de volta
há muitas incertezas
como a lágrima que se solta
dos olhos de impurezas.

Há vida em quem fui
e em quem ainda sou.
Mas, do corpo, se dilui
a vida que ficou.

Descanso nas estradas
procurando me conhecer.
Nas horas intercaladas
me visito para viver.


Autor: Lucas Braga

Saudade do inexistente

Saudades do inexistente,
do que nunca foi de haver.
Choro por quem não sente
e sinto por quem não quer ver.

Ah, grande incerto
que me sufoca de curiosidades.
O presente está perto
mas do futuro ainda há saudades.

A cada minuto passado
menos saudades eu tenho.
Por ter tempo acabado
de saudades de onde eu venho.

O futuro, não verei,
a saudade há de existir.
E do tempo, o que sei,
é que quero e não posso sentir.


Autor: Lucas Braga

Um abraço

Me abraçou forte,
era quase eu.
Talvez fosse sorte
o abraço que me deu.

Sou eu que me abraço
fugindo da solidão.
Me segurando do cansaço,
aquecendo meu coração.

Molestei minha mente
em busca de verdade.
No vazio, somente
negritude e saudade.

Me espero, na vida,
um abraço seu
de uma alma não esquecida,
de um abraço não meu.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Tenho preguiça de ler

Tenho preguiça de ler
mas leio de forma obrigada.
Não entendo o que me faz querer
continuar lendo e mais nada.

É como se estivesse lendo
e ao mesmo tempo, dormindo.
Meus olhos estariam vendo
e meu coração não estaria sentindo.

Vai passando, vai passando
e os olhos continuam lá.
Talvez mortos, mas acompanhando
enquanto o corpo está a sonhar.

Difícil era passado,
hoje já me acostumei.
Meu olho anestesiado
e minha alma sem lei.


Autor: Lucas Braga

Sempre que penso

Sempre que penso,
não lembro de pensar.
A cada pensamento denso
fica mais difícil de lembrar.

O próprio pensante
se considera impensável
quando o pensamento errante
se torna maleável.

Se pensas que não pensas
e vive em desafio,
as lembranças mais densas
correm todas pelo mesmo fio.

Coitado do pensador
que não sabe pensar.
Se pensa, não tem amor
e se não pensa, só sabe amar.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 5 de julho de 2011

Não sou

Não escrevo tudo em minha mente,
só poetizo o que meu eu sente
e, se sinto algo diferente,
é porque não é coisa de gente.

Não vivo tudo que me vem,
não quero sempre o meu bem.
Vivo para sempre ir além
e dependendo de quem vem também.

Nessas orgias de pensamento,
que sempre me deixam atento,
passo bastante sofrimento
mas é delas que eu me alimento.

Não vivo tudo que sou
nem vou para onde não vou.
Sou o poeta que não amou,
sou o pássaro que não voou.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Sonhei que sonhava

Sonhei que sonhava,
e no sonho, estava sonhando.
No meu sonho, eu não me lembrava
se, no fundo, estava lembrando.

No sonho sonhado
que sonhava pela madrugada,
sentia um toque gelado
de uma sensação sonhada.

E hoje me ausentei de sonhar
apesar de estar sonhando.
Dormir, viver, amar...
Não sei o que estou procurando.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Lábios de cetim

Esse lábios de cetim
são moldados para beijar,
minha boca, sem fim
até o cetim acabar.

E a cada marca em meu rosto,
e a cada beijo em minha boca,
sinto um pouco do seu gosto.
Te sinto, cada vez, mais louca.

E o cetim de seus lábios
e o resto dos meus,
ficaram para os sábios
que nunca te dão adeus.

Foi-se o tempo bom
que te beijava durante o dia
debaixo do edredom
quando o frio nos fazia.


Autor: Lucas Braga

Louco

Tenho de tudo um pouco
mas nada de mim.
Talvez esteja louco
mas prefiro que seja assim.

De tudo o pouco que tenho
nada completa o meu eu.
Se nada sou quando venho,
é porque não tenho nada meu.

Sobram-me espaços
para preenchimento.
Me ame em pedaços
e acabe com o sofrimento.

Talvez tenha um pouco de mim
quando tenho você.
Se vivo com você assim,
eu prefiro não te ter.


Autor: Lucas Braga

Quem está a olhar

Me espreguiço em minha mente
pois meu corpo não está aqui.
Se o corpo é quem não sente,
não acredito que estive a dormir.

Solto as palavras no vazio
e espero o retorno de alguém.
Mas se espero e sinto frio
é porque o fim não está tão além.

Perco-me em pensamentos
que antes não existiam.
A vida pobre em sentimentos.
Os sentimentos que antes não haviam.

Abro os olhos na escuridão
mas as trevas parecem dominar.
Se estão fechados ou não,
depende de quem está a olhar.


Autor: Lucas Braga

Mulheres

Se tu sabes o que queres
mas não sabe o que ele quer,
não chame suas mulheres,
não chame mulher qualquer.

Me digas com precisão
se precisas de um amor.
Suas mulheres sem coração
lhe gritam pelo corredor.

Talvez tu entendas
a verdade por trás delas.
Debaixo das diversas tendas
iluminadas por chamas de velas.

Mas, se tu sabes o que queres
e sabes o que ele quer,
trate-o como as mulheres,
que ele saberá o que é.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 28 de junho de 2011

Me

É nos momentos mais solitários
que você me aparece.
Me beija, me abraça.
Me aquece.

São nas palavras não ditas
que sua imagem me vem
e diz com vontade
que me quer bem.


Autor: Lucas Braga

Um olhar diferente

Eu tenho um olhar diferente,
um olhar mais de gente
que não tem idade,
não é ateu, católico e crente.

Um olhar perceptível,
muito mais audível,
de olhos humanos.
Um humano mais sensível.

Que percebe o canto do vento,
qualquer forma de sentimento.
Que enxerga diferente.
Um olhar mais atento.

Um olhar que ofende
aquele que não o entende.
Aquele que não procura aceitar
e só se defende.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Suposta fome

Abro a geladeira
não por fome.
Bateu uma curiosidade inteira
de comer o que não tem nome.

A luz acende,
a luz apaga...
Só ela entende
que na barriga não há vaga.

É olho grande
na maioria das vezes.
Mas quando a fome expande,
é fome durante meses!

Não dá para entender,
nem me ouso tentar.
A vontade de comer
uma hora vai acabar.


Autor: Lucas Braga

Para quem eu sou

Para quem eu sou
quando me devo?
Por onde meu eu andou
quando eu não me atrevo?

Me escondo das atitudes
feitas por mim.
Mas peco nas virtudes
que meu eu pois no fim.

Sou eu, às vezes.
Normalmente não sou tão eu.
E já passaram vários meses
que meu eu não é mais meu.

Para quem me dou
quando não me pertenço?
Se não sou, o que sou
quando não penso?


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Que tempo é esse

Que tempo é esse
que ora esquenta, ora esfria?
Por que que quando o Sol desce
é que começa o meu dia?

É chuva durante um minuto
e Sol até as seis.
Parece que a Lua está de luto
ou esqueceu de vir esse mês.

Dorme todo coberto
e acorda todo suado.
Esse tempo está mais que incerto
e o certo está mais que atolado.

Ninguém entende esse dia
e já está a escurecer.
Vou-me indo enquanto não esfria
porque o calor já está a adormecer.


Autor: Lucas Braga

Sem o sono

Seus beijos hoje pesam,
me machucam e corroem.
Seus abraços já me lesam
e, os meus ossos, destroem.

Meu sono não existe,
é impossível sonhar.
Se durmo, sonho triste.
Preciso logo acordar.

Já preciso ficar sozinho
sem você, sem o sono.
A solidão me faz carinho
e eu sou meu próprio dono.

Volte outro dia
quando eu precisar.
Talvez numa noite mais fria
para você me abraçar.


Autor: Lucas Braga

Falta de excesso

Onde o som não vai
não existe o mudo.
Apenas o barulho que cai
sobre todos e o tudo.

Onde grito que te amo
e ninguém pode escutar.
Onde, por vezes, reclamo
e não tem ninguém para me aturar.

É excesso de surdez,
é falta de gritaria.
É repetir mais de uma vez,
é viver na rebeldia.

E só eu escuto,
no tempo que o som ficou de luto.


Autor: Lucas Braga

Perdi o poder de te amar

Perdi o poder de te amar
antes de o fazer.
Eu o perdi no mesmo lugar
que me fez amar você.

Dai-me mais um dia
para tentar encontrar
esse poder. Que agonia
eu tenho de não te amar.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Odeio acordar

Eu, simplesmente, odeio acordar
e me deparar com o real.
Por mais que tente se aproximar,
nunca será igual.

Não preciso beber
para me sentir feliz.
Dormindo, é mais fácil viver
e ter o que eu sempre quis.

Por outro lado, adoro dormir
e me livrar de certos problemas.
Posso até te ouvir
recitando alguns de meus poemas.

Já que só te sinto sonhando,
e quando acordo, me mato um pouco.
Prefiro dormir amando
do que acordar e me sentir um louco.


Autor: Lucas Braga

Me fui sem sentir

Me fui sem sentir
e cheguei a lugar nenhum.
Hoje, não sei existir,
me sinto incomum.

Me fui sem escrever
uma carta para meu eu.
Não pensei em me arrepender,
mas hoje, uma parte se arrependeu.

Me fui e voltei
mais de uma vez.
Nessa vida sem lei
eu só entendo português.

Me vou novamente
para tentar me esquecer
antes que fique doente
e queira novamente morrer.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 14 de junho de 2011

Dos versos da alma

De todos esses versos
sou dono de algumas linhas.
Alma de quem já amei,
alma de pessoas minhas.

Lembro de todas elas
a cada suspiro meu.
Diferente de quando escrevo,
que só lembro de quem já leu.

E de cada linha escrita,
escrevi um pouco da alma.
Não apenas no papel
mas no centro de cada palma.

E a cada aceno que dou,
parte da alma é levada
até o coração da pessoa
que considero mais amada.


Autor: Lucas Braga

Veio a saudade bater

Vem a saudade a bater
procurando um apaixonado.
Caso não encontre esse ser,
procurará pelo outro lado.

De cá, sinto a saudade
mas não sinto nenhuma paixão.
Já passou a minha vontade
de alimentar meu coração.

Mas caso ela venha
e me peça com carinho,
na dúvida, dou a senha
e para meu coração, a encaminho.

Veio a saudade bater
em alguém que não a sentia.
Seria possível viver
sem sua adorável companhia?


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Se cansamos, cansamos

Se cansamos do cotidiano,
por quê não cansamos de cansar?
O cansaço é um engano
para quem quer se enganar.

Não tenho cansaço
porque vivo diferente.
Sobrevivo no bagaço
mas não me caio doente.

Estou cansado de duvidar
do meu cansaço diário.
A dúvida me faz cansar
independente do horário.

Me cansei de pensar
que posso ficar cansado.
Prefiro me cansar
a me sentir culpado.


Autor: Lucas Braga

Coisas

Eu vejo coisas
onde coisas não são.
Mas o que são coisas
para quem vive uma ilusão?

Tenho amores
e uma única paixão.
São beijos e favores
que não cabem no coração.

Mas ainda vejo coisas
onde coisas não são.
Já perguntei aos meus amores
se tem a ver com atração.

Acho que as coisas
que ali, não estão,
são simplesmente coisas
da minha única paixão.


Autor: Lucas Braga

Não espere virem te dizer

Não espere virem te dizer
que a vida é colorida.
Não perca seu tempo em ter
uma vida nada vivida.

O que te dizem sem cor
e você acata por desconhecer
acaba com todo o amor
antes de você saber.

E nessas palavras e sotaques
que escuta sem razão,
sofre certos ataques
que atacam o coração.

Tenho palavras mais bonitas
prontas a te falar.
Não sei se tu acreditas,
mas estou a te amar.


Autor: Lucas Braga

Hora

Quando chegará a hora
das palavras terem sentido?
Nunca irão embora
se não tomar nenhum partido.

Palavras que voam ao vento
e pousam sobre seus ombros.
São palavras de sentimento
no meio a tantos escombros.

Quando decidirá agir
e palavrear o que sentes
se só tendes a fugir
e, se não foges, mentes?

Um livro escrito
com palavras de verdade
poderá ser dito
sem deixar saudades.


Autor: Lucas Braga

Não sei amar

Não sei amar
e muito menos sentir dor.
Mas se a dor me deixar,
tentarei sentir amor.

Não há comparação
entre a dor que tenho
e o amor do coração
que sempre abstenho.

Não sei se já amei
ou odiei alguém.
A única coisa que sei
é que procuro alguém.

Se amo ou odeio
e não sei ao certo,
é porque as cartas que leio
são de alguém que não está perto.


Autor: Lucas Braga

Madrugada

Acordo na madrugada
e só encontro a Lua,
a única acordada
de todos da minha rua.

Devagar, adormeço
e tento voltar a sonhar.
Se sonho, agradeço
mas não parece adiantar.

Nas pausas do sono
com o meu acordar
me vejo em abandono
e a Lua a brilhar.

E só me encontro dormindo
quando ela se vai,
onde o Sol vem surgindo
e a noite já cai.


Autor: Lucas Braga

domingo, 12 de junho de 2011

Páginas

As páginas de meu livro
passam-se sem pensar.
Não consigo lê-las
mas consigo, delas, me lembrar.

As palavras são borrões
que são difícil entender.
Com a força que o vento assopra,
só ele, consigo ler.

As páginas do vento
são mais fáceis de parar
já que não tem um livro
que mude-as de lugar.

E eu, já confuso
não sei mais o que leio.
Se é o livro na minha mão,
ou o vento que anseio.


Autor: Lucas Braga

Gosto

Gosto de sonhar acordado
ou acordado sonhar.
Gosto de amar alcoolizado
ou beber para amar.

Gosto de sonhar embriagado
ou beber até desabar.
Gosto de acordar amado
ou amar para acordar.

Gosto de sonhar apaixonado
e me apaixonar ao me deitar.
Porque quando bebo deitado
é difícil de me levantar.


Autor: Lucas Braga

Aquele cheiro

Aquele cheiro
que não quer se calar
cheira bem ligeiro
para não se cheirar.

Cheira pelos cantos
até que perca o odor
e cheire somente os prantos
dos choros do nosso amor.

Chora como se cheira
o sal de seu rosto.
Parece peixe de feira
mas possui um outro gosto.


Autor: Lucas Braga

As águas, os arrepios e o coração

As águas que chora
e escorrem pelo seu rosto
só poderão ir embora
quando sentir-las o gosto.

Os arrepios que sente
quando sente o frio
só acabarão de repente
se tirar os pés do rio.

O coração que ama
e te maltrata de dor
só acenderá a chama
quando encontrar o amor.


Autor: Lucas Braga

Da janela, assassinato

A via lá fora
sentada no jardim
esperando o tempo ir embora,
o tempo que não tinha fim.

Me via na janela
observando-a se divertir.
Me divertia vendo ela,
as flores, despir.

Coitadas eram as flores
que despiam-se sem querer.
Eram gritos mudos de dores
que não se podiam escolher.

Da janela eu via
uma moça assassinar
as flores de um belo dia
porque não sabia como amar.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 7 de junho de 2011

Apenas queria

Queria te abraçar,
dizer amores ao ouvido.
Queria ter o que falar
sem me sentir perdido.

Queria te sentir agora,
queria te cheirar e morder.
Essa vontade não vai embora.
Quero te provar sem me arrepender.

Queria ser você
para nunca mais sentir saudade.
Mas enquanto eu não puder ser,
vou ficar só na vontade...


Autor: Lucas Braga

Fases

No meu peito há uma dor
que me distancia de você.
É falta de amor,
muito tempo sem te ver.

É uma ausência sua,
sou eu sem companhia.
São as fases da Lua
que madruga sozinha.

As palavras vão embora,
seguem outra direção.
Já passou da hora
de cuidar de meu coração.

No meu peito falta amor
que vinha de você.
Ainda tenho aquela flor
que esqueceu de morrer.


Autor: Lucas Braga

sábado, 4 de junho de 2011

Transbordam dos olhos

Transbordam os olhos
com palavras não ditas
que vazam sem sentido
para rotas infinitas.

Palavras que cortam
quem está pelo caminho.
Não sei como eles suportam.
Prefiro viver sozinho.

Transbordam dos olhos deles
pedidos de desculpa.
Você engana eles
querendo que sintam culpa.

Não caio na tentação
nem nas palavras de uma mulher.
Guio meu coração,
sozinho e para onde ele quer.


Autor: Lucas Braga

Tempestade serena

Os céus choram minha tristeza,
derramando meus sentimentos
que não pus sobre a mesa
nos piores momentos.

Me molham em água fria
para me acalmar
sobre aquele dia
que me pus a te amar.

Tenho tantas mágoas
para limpar
com essas águas
que estão a derramar.

Seco com carinho
os céus imensos.
Seco sozinho
nos seus dias mais intensos.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sinto falta de você

Sinto falta do seu cheiro,
falta do seu abraço.
Esse amor se foi tão ligeiro
e só me deixou o cansaço.

Não encontro seu calor
em outros lugares.
Não sinto seu sabor,
viajando pelos mares.

As estrelas matam minhas saudades
e amenizam minhas dores
enquanto as tempestades
destroçam meus amores.

As ondas me chamam para dançar
já que você não está aqui.
Elas ocuparam seu lugar
mas é com você que quero dormir.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Um minuto de luto

Um dia, pensei em você
mas só por um minuto.
Os outros minutos do meu ser
são seus, eu não usufruto.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Minha ariana

Não sei se me apaixonar por ela
é bom ou ruim.
Se me jogas pela janela,
não sentirá tanta falta de mim.

Precisa de uma pegada mais forte,
gosta bastante de dominar.
Talvez eu tenha sorte
dela, em mim, confiar.

É difícil conseguir o seu amor,
mas, conseguindo,
viverei como um sonhador
acordado ou dormindo.

Possessiva até demais
chega a deixar sem ar.
Não sei como ela faz,
mas eu me orgulho de a amar.


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Um beijo

Pior do que um beijo roubado
é saber que ninguém te beijou.
Já um beijo não dado,
não foi dado porque ninguém te roubou.

Entre ser beijado
e ser o que sou,
prefiro um beijo amado
do que um beijo que não me marcou.


Autor: Lucas Braga

Teimosa, muito teimosa

Ela era feita de papel
e tinha medo de se molhar.
Foi culpa do céu
deixar a chuva desabar.

Os pingos eram pesados
e machucavam seu coração.
Escorriam pelos lados
antes de cair no chão.

Sua mãe lhe dizia
para tomar cuidado com a água.
Ela plantou teimosia
e, sua mãe, colheu a mágoa.


Autor: Lucas Braga

domingo, 29 de maio de 2011

Hoje, amanhã e sempre

Hoje eu precisei do seu abraço
mas você não estava aqui.
Me abracei no cansaço
e na vontade de dormir.

Hoje eu senti sua falta
e muito frio.
Ouvi sua voz, bem alta,
no meu coração vazio.

Hoje eu acordei sozinho
e dormirei com você.
Sonharei com seu carinho
e só acordarei para te ver.

Hoje eu te amei
e amanhã te amarei mais.
Do seu abraço eu precisei
e o frio eu deixei para trás.


Autor: Lucas Braga

Me emociono

Me emociono com o nada
e já faz alguns dias.
No calor da madrugada
ou nas tardes mais frias.

Me emociono com cada voz
que me canta para dormir.
Debaixo de meus lençóis,
lutando para me cobrir.

Me emociono com o calor
que aquece meu sorriso.
Espanta o grande pavor
e me traz o que preciso.

Vivo de emoção
e dela, me alimento.
Posso viver na solidão,
mas sem emoção eu não agüento.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Pimenta, olhos, amores e um pouco de nada

Olhos em pimenta
ardem sem se ver.
Pobre moça que agüenta
esse olhar a arder.

Sua cegueira é pessoal
pois enxerga o que não quer.
Sua vida visual
é o que não combina com mulher.

Ardência em forma de visão
queima os homens intensamente.
O que não arde é o coração,
esse, inconseqüente.

Mulher dos olhos em chamas,
me olhe com amor.
Não vê que inflamas
esse pobre sonhador?


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Diversas formas de dizer "eu te amo"

É no inglês,
no italiano,
no francês
e no castelhano.

Meu coração
te ama em vários idiomas.
De português à catalão,
mais de cem diplomas.

Eu te amo,
I love you,
Ti amo,
Et vull.

Posso te amar
aqui e agora.
Para me declarar
não preciso de hora.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dentro

No presente, na demora,
nas conversas tão infinitas.
No momento sem hora,
nas palavras propriamente ditas.

No peito cansado
de um amor antigo.
No calor abafado
de um abraço amigo.

Nos jornais, nas revistas,
nas ruas durante o dia.
Nos sorrisos egoístas
que te fazem companhia.

Na minha mente alienada,
no ar imundo.
Não quero saber mais de nada,
quero ir lá o fundo.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 24 de maio de 2011

Conversas à mesa

Seu copo está à mesa,
vazio.
Já não existe mais pureza.
É calor, é calafrio.

Álcool em copo, no fundo
ainda exala forte.
O cheiro é imundo,
beber é seu esporte.

É sóbria o suficiente
para dizer que me ama?
Você fica contente
quando sua bebida derrama?

Derramo lágrimas para você
quando não encontro seu olhar.
Estou sempre a esmorecer,
vamos beber e não amar.


Autor: Lucas Braga

Proibida

São curvas sem fim
nesse seu corpo dourado
que no vestido de cetim
me faz cometer pecado.

Prazeres em minha mente
me fazem delirar
quando seu amor, mais que entorpecente,
vem para me amar.

Cabelos que escorrem
pelos ombros despidos.
Anjos me socorrem,
me acertam, os cupidos.

Caloroso seu abraço,
suas costas, sua mão.
Como é que eu faço
para esquentar seu coração?


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Igualdade

Eu não quero dinheiro,
não quero poder.
Quero que o mundo inteiro
possa, junto, conviver.

Quero o amor,
dos desconhecidos.
O sorriso e não a dor
dos recém-nascidos.

Oferecer ajuda à quem precisa
me desculpar de quem me ofende.
Amar cada poetisa
e cada pessoa que me defende.

Não quero religião,
nem diferença sexual.
Todos temos coração
e, por dentro, ele é igual.


Autor: Lucas Braga

Desenho do céu

São só alguns rabiscos
numa  folha de caderno
que durante alguns chuviscos
o transformaram em moderno.

Sujo, enlameado,
impossível descrever.
O papel todo molhado
e a vontade de o entender.

São só algumas manchas
numa folha quase rasgada.
Por um minuto desmanchas.
Não me culpe por estar aguada.

Pouco nítido o desenho
e o que sobrou do papel.
Não é o papel que resenho
e sim o desenho do céu.


Autor: Lucas Braga

Não sei a verdade

Não sei quando acordo
nem quando estou dormindo.
Sei que estou abordo
deste amor, mais que lindo.

Faço, do sonho, a realidade
ou finjo que estou acordado.
Só penso nessa beldade
que me deixa apaixonado.

Não sei se te abraço,
ou se sonho em te abraçar.
Não importa o que eu faço,
sempre pareço sonhar.

Pareço estar escrevendo,
mas posso estar sonhando.
Enquanto estiver me lendo
terei certeza que estarei te amando.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Trevas em seus olhos

Seus olhos me assustam,
como o vento faz com as folhas
que, para se concentrarem, custam,
assim como quando tu me olhas.

Eles possuem uma profundeza
que me impedem de ver a luz.
Me deixam uma incerteza
da pessoa que a produz.

Seu ar me sufoca.
me anestesia até a alma.
Uma angústia que provoca,
que me tira a calma.

Sem ar, sem visão,
só você para me machucar.
Não arranque da minha mão
o que tenho para me salvar.


Autor: Lucas Braga

Toda manhã

Me acorda com um bom dia
e me faz levantar às pressas.
Nada mais me dá alegria
do que ouvir uma coisa dessas.

Sento-me ao seu lado
para alimentar meus desejos
com um café da manhã fartado
de carinho e de beijos.

Não apenas o café da manhã,
mas o café de sua boca
que me acorda hoje, amanhã
e que da cama, me desloca.

Eu sinto uma energia
após te cumprimentar com gosto
que me dá certa alegria
que não teria se fosse o oposto.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 17 de maio de 2011

Tentação

Tente não tentar
me deixar tentado.
É mais fácil, ignorar
minha presença ao seu lado.

Tente me esquecer
quando menos precisar.
Porque, para mim e para você,
é melhor não arriscar.

Difícil tentação
de aceitar o que lhe digo.
A melhor sensação
é não tentar esse castigo.

Tente não tentar
me ouvir toda hora.
Estou tentado a te amar.
Estou tentando até agora.


Autor: Lucas Braga

Melodias

São sinos que escuto,
ou são apenas animais?
Pausas de um minuto
não voltaram atrás.

Violinos gritam
de forma suave.
Eles imitam
o cantar de uma ave.

A cada passo que dou,
uma nova melodia.
Não sei mais o que sou,
mas sei que estou em harmonia.

O som do momento
é diferente ao escutar.
Ele vem do pensamento,
da vontade de amar.


Autor: Lucas Braga

Antes de ir

Eu quero palavras suas,
ditas antigamente,
amarradas e nuas
na nossa frente.

Seus atos de amor
guardados com carinho
para quando você se for
eu não me sentir sozinho.

Seu beijo de despedida
marcado na minha alma,
costurado na minha vida,
escrito na minha palma.

Seu nome, quero esquecer
para nunca mais sentir
a sensação de não ter
mais motivo de existir.


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cair da chuva

Deixe a chuva cair,
deixe a água te molhar.
Antes do tempo abrir
vamos juntos dançar.

Deite-se para dormir
depois que eu acordar.
Quero te ver sorrir
enquanto está a sonhar.

Só pare de me colorir
quando a tinta acabar.
Podemos nos divertir
e depois nos limpar.

Quero sempre te conduzir
para meu preferido lugar
onde a chuva não pára de cair
e eu não paro de te amar.


Autor: Lucas Braga

domingo, 15 de maio de 2011

Querer

Não quero que me queira
enquanto eu te quero.
Quero te querer de outra maneira
para ser bem sincero.

Me querendo também
não terei razão de te querer.
Não vou querer ninguém
se quem me querer, for você.

Se te quero e você, não,
poderei te querer em paz.
Prefiro te querer em vão
do que te querer mais e mais.

Me queira depois de mim
para poder me despertar
essa vontade sem fim
de querer te amar.


Autor: Lucas Braga

Folhas da estação

Via uma folha errando
seu caminho das demais.
O vento a foi levando
com assopros acidentais.

Pobre folha perdida
que se distancia sem cautela.
Aos poucos, se sente caída
sem ninguém ao lado dela.

Do chão, observa suas companheiras
dançando pelo ar.
Dançam de diversas maneiras,
dançam sem quererem parar.

O vento a escolheu
para descansar sob o chão.
Depois que o vento morreu,
ela sente a solidão.


Autor: Lucas Braga

Tu e mais ninguém

Se possuo o vício de escrever,
posso me chamar de apaixonado.
Pois escrevo sobre você
e sonho com ti, mesmo acordado.

Se escrevo sem pensar,
não aches que não te amo.
Escrever e amar
não chega a ser um engano.

Meu coração está inscrito
no papel com o seu nome.
Na minha dúvida, eu acredito
ou então, morrerei de fome.

Se possuo o vício de amar,
posso me chamar de poeta.
Pois sempre que você me olhar,
minha vida será mais completa.


Autor: Lucas Braga

Aqui comigo

Me beije de leve,
segure minha mão.
A roupa, não serve,
jogue-a no chão.

Me prove com carinho
antes de mais nada.
Não me deixe sozinho
durante a madrugada.

Sonho com você
para não terminar
a noite de prazer
que você procura me dar.

Me abrace com vontade
até se aquecer.
A sua saudade,
eu não quero mais ter.


Autor: Lucas Braga

Profundamente

Há nos seus olhares,
uma vontade subliminar
que me afoga nos mares
do meu mau estar.

Se me vê diferente,
sem nenhum motivo,
não achas que mente
com esse olhar pouco vivo?

São profundos demais
para conseguir me enxergar.
Corro e olho para trás,
não saio do lugar.

Você me segura,
me deixa numa situação.
Quem tem alma pura,
não tem coração.


Autor: Lucas Braga

O mais lindo sonho

Você é tão linda
com esse seu jeito de ser.
Não sei ainda
se acordei ou estou a adormecer.

Seus atos de amor
me criam cicatrizes.
Não estou falando de dor
e sim de momentos felizes.

Sua pele me aquece
quando entramos em contato.
Seu calor me fortalece,
me torna um ser abstrato.

Meu sonho mais louco
que me confunde com a realidade.
Sonhar com você, é pouco.
Preciso te amar de verdade.


Autor: Lucas Braga

Os defeitos mais perfeitos

São seus cabelos, seus olhares,
seu perfume e seu sorriso.
Seu beijo me leva a lugares
que eu chamo de paraíso.

Suas manias, sua indiferença,
suas mentiras indiscutíveis.
A falta da sua presença
nos momentos mais visíveis.

Seu abraço, seu rancor,
estranho de entender.
Seu carinho sem amor
me tira a vontade de viver.

Nos momentos mais perfeitos
percebo quem é você.
Descubro seus defeitos
sem ter precisado saber.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 13 de maio de 2011

A laranjeira do meu quintal

Os galhos da minha laranjeiras
já estão secando.
Acabou com as brincadeiras
de ficar se pendurando.

As folhas descansam no chão
despindo a árvore do quintal.
O tempo não tem compaixão
com esse constante ritual.

Observo-as atentamente
até que não sobre nenhuma.
Elas renovam o ambiente
quando o vento as arruma.

A laranjeira continuará ali
enquanto suas folhas se vão.
Não foram as primeiras a cair
e nem as últimas que cairão.


Autor: Lucas Braga

Escuridão

A correnteza me levou
para longe de você.
Meu amor se afogou
antes de me enlouquecer.

Nas escuras águas
que me engoliram,
ficaram as mágoas
que, o resto, destruíram.

Seus desejos, suas lembranças
foram todas esquecidas.
Só sobraram as esperanças
que não foram embebidas.

Me acostumo com a solidão,
com o frio e com a dor.
Um vazio no coração
precisando de um amor.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 10 de maio de 2011

Viajante

Eu caminho
na imensa escuridão.
Deixo de estar sozinho
quando surge um caminhão.

Eu caminho,
eu caminhão.
Na janela, um focinho.
Um pastor alemão.

Eu caminho
dentro de um balão.
Deito-me no ninho,
na cama, no caixão.

Eu escrevinho
a constelação.
Eu caminho,
eu caminhão.


Autor: Lucas Braga

Estranha forma de amar

Meus dedos se acomodam
e agarram seus cabelos.
Aos poucos, abarrotam
criando difíceis novelos.

Com ar de malícia
você grita de dor.
Ai, que delícia
esse ato de amor!

Suas unhas penetram
em meus braços.
Aos poucos, quilometram
mais de mil traços.

A dor que me causou
não passou de prazer.
Você me machucou
assim como fiz com você.


Autor: Lucas Braga

Encontro

Vá tempestade,
me molhe com calma.
A água em morosidade
me lava a alma.

Escorre pela minha pele
sentimentos de tristeza.
Quero que meu tato congele,
quero viver somente de pureza.

Peço um vento
para que possa me secar.
Um bastante violento
que me tire do lugar.

Faça-me sentir
um pouco mais do que frio.
O vento a me engolir.
A cada assopro, um calafrio.


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sentado no parque

Sentado no parque
numa tarde de outono.
Aquele antigo sotaque,
aquela sensação de abandono.

Jogando seu xadrez
como sempre quis.
Não tem tanta nitidez,
óculos na ponta do nariz.

À frente, um vazio.
Apenas folhas voando.
De suéter, nesse frio,
suas mãos está abafando.

Ri de felicidade
quando pára pra pensar
que, com tanta idade,
sobrou vontade para jogar.


Autor: Lucas Braga

Batidas nunca escutadas

Eu caminho
pela vasta floresta
que o barulho detesta.
Eu, sozinho.

Só escuto um som
que não vem de fora
e que não vai embora.
O meu coração.

Tenho companhia
que me alegra com seu batuque.
Não parece truque,
muito menos acrobacia.

É aquele que me alegra,
que sofre comigo.
Meu melhor amigo
que me integra.


Autor: Lucas Braga

Vazio

Me arrumo, me maquio,
me sinto maravilhosa.
Uns botões eu enfio
no meu vestido cor de rosa.

Me olho no espelho,
um sorriso aparece.
O rosto quase vermelho.
A palidez falece.

Me vejo pronta.
Mas... Pronta para quê?
Já perdi a conta,
já cansei de prever.

Eu não me arrumo
para encontrar alguém.
Assim eu me acostumo
a viver sem ninguém.


Autor: Lucas Braga

domingo, 8 de maio de 2011

A mentira tem muitas pernas

Há buracos numa carta
que eu fiz para você.
Pedi para uma lagarta
algumas palavras comer.

Eu sei que dá aflição
não conseguir ler buracos.
Mas saiba que meu coração
ainda está bastante fraco.

As palavras comidas
não serão reveladas.
Na carta há feridas
que jamais serão amadas.

As coisas que você lê,
não condizem com a verdade.
Pobrezinha de você
que não sabe o que é saudade.


Autor: Lucas Braga

Problemas

Quem ama, não sabe que ama.
Quando não se ama, acha que está amando.
Vivem nesse drama
e acham que acabou o que nem está começando.

Quando descobrem, amam.
Quando não descobrem, não deixam de amar.
Quando acaba, reclamam.
Mas quem ainda não ama, nunca irá desconfiar.


Autor: Lucas Braga

Pinceladas

Adoro quando me permite
desenhar sob sua pele.
Chega a ser um convite
para que eu te pincele.

Te pinto devagar
como quem está se divertindo.
Suas costas estão dando lugar
às pintas que vão lhe cobrindo.

Com cuidado, lhe pinto o rosto.
Te pincelo com carinho,
amor e gosto.
Sua boca, eu sublinho.

Em seu peito, lhe pincelo
um grande coração
com um forte amarelo
para chamar bastante atenção.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Amores em um buquê

Colho algumas flores,
buquê cheio de cores
colorido com vários amores
cheirando antigos odores.

Flores sem fim.
Todas importantes para mim.
Rosa, Margarida e Jasmim
e outras tantas assim.

Levo-as com cuidado
sob o vento agitado.
O Sol parece mais dourado
mas o buquê está mais que acostumado.

Após te encontrar
preciso me recuperar,
puxar mais uma vez o ar
e finalmente te entregar.

Flores num buquê
que colhi para você.
Não preciso de um porque,
já tenho um motivo para viver.


Autor: Lucas Braga

Dama da noite

Que desejo ardente
tenho para te contar.
O seu sorriso ausente
não me evita de falar.

Suas chegadas ao anoitecer
me fazem lembrar
como é bom amar você
observando o sereno mar.

Você me faz sentir
algo que nunca foi possível.
Não me deixa dormir
porque meu sono é sensível.

Venha até mim
com sua cor crua.
Meu amor não tem fim
e a noite é inteiramente sua.


Autor: Lucas Braga

Necessário

Quero provar do seu veneno,
viver intensamente.
O que eu sinto, eu condeno.
Quero sentir o que você sente.

Quero saborear a sua fome,
beber suas vontades.
Quero mudar de nome
para acreditar em suas verdades.

Meus olhos te devoram
com uma certa ferocidade.
Já os teus, adoram
esse ato de fatalidade.

Seu sorriso diz
do que você gosta.
O que me deixa feliz
é sempre ter sua resposta.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Nômade

Procurei em vários corações
um lugar para ficar.
Tive certas decepções
com o requisito: Me amar.

Viajei para países
em busca de um lar,
mas só consegui cicatrizes
e mais alguém para me machucar.

Vivo procurando alguém
que possa me aceitar
em seu seu coração e mais ninguém
porque lá será meu lugar.

Ainda estou procurando
um lugar para morar.
Continuarei me mudando
até te encontrar.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Múltiplos cantos

Sempre escuto uma canção
quando estou com você.
Sei que é meu coração
mas nunca sei o porque.

Quando estou ao seu lado
ele começa a cantar.
Me deixa preocupado
e sem ter o que falar.

Ele canta amores,
sonhos e sorrisos.
Enquanto te dou flores,
um gesto meio indeciso.

Quando descobrir
o que meu coração canta,
você poderá ouvir
minha voz pela garganta.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 3 de maio de 2011

Transformista

Transformação
transforma
a formação
em forma
de ação.


Autor: Lucas Braga

A dor da distância

Sentado na cadeira
balançando no quintal.
De fundo, a lareira
esquentando o frio fatal.

As estrelas riam
do frio que passava.
As flores sentiam
o inverno que chegava.

Seu cachimbo trazia
uma luz na escuridão.
No seu peito se sentia
a falta de um coração.

A noite se extendia,
as estrelas se aqueciam,
a Lua sorria
e suas lágrimas escorriam.


Autor: Lucas Braga

Tabaco e alguns beijos

O cheiro do tabaco
já se impregnou.
Algumas guimbas no cinzeiro
que minha raiva fumou.

Sem descuido
e sem pensar,
acendo mais um.
Mais um para me matar.

Essa morte inconsciente,
às vezes proposital,
é mais uma forma
de me fugir do seu mal.

O cheiro do tabaco
infesta meu quarto
assim como seus beijos
me apaixonam num único ato.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Presa

Solte-a! Deixe-a respirar!
Não sente a agonia
que ela tenta te mostrar?
É muita ironia...

Ela precisa de atenção,
não vá embora.
Escute com seu coração.
É de verdade agora.

Faz tempo que corre
da sua realidade.
O sentimento não morre
com tão pouca idade.

Não cometa o mesmo erro
de prendê-la novamente.
Só irá vê-la em seu enterro,
provavelmente.


Autor: Lucas Braga

Simples demais

Ao som do violão,
ele me conquistou.
Pegou meu coração
e, nele, se enfiou.

Suas cordas faziam
meu corpo inteiro vibrar.
Eu não entendia o que elas diziam
mas me dava uma falta de ar...

Sua voz, me encantou.
Seu sorriso, me fazia sonhar.
Todas as vezes que o mostrou,
tive uma vontade de voar...

Sua música foi simples demais
para me deixar apaixonada.
Não entendo o que me faz
pensar nele e em mais nada.


Autor: Lucas Braga

Quase um bicho

Me alimento do lixo,
utilizo o que você já usou.
Pareço um bicho
mas te garanto que não sou.

Me escondo das tempestades,
do sol forte também.
Durmo nas ruas das cidades
com meu cão e mais ninguém.

Passo horas do meu dia
sem ter nenhuma atenção.
Canso de ver gente fria
e sem coração.

Ninguém sabe meu nome,
ninguém pergunta para mim.
Estou cansado de passar fome
nessa desgraça sem fim.


Autor: Lucas Braga

Preciso me acostumar

Preciso me acostumar
com esse amor sem fim.
Esqueço de respirar
quando você olha para mim.

Meu coração me alerta
sobre o que está acontecendo.
Você é a pessoa certa
e por quem estou vivendo.

Acredito nas suas conversas
e no seu coração.
Confie nas minhas promessas,
segure forte minha mão.

Preciso me acostumar
com você me olhando assim.
Estou ficando sem ar
com seus olhos sem fim.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 12 de abril de 2011

Entediante conversa

Já deu a minha hora,
quero sair daqui.
Preciso ir agora,
preciso muito dormir.

Sua conversa é chata.
O sono me tomou conta.
Sua voz me maltrata
e minha cama já está pronta.

Cada palavra sua
é um passo mais perto
de um sonho sem a Lua,
sem a noite, ao certo.

Acho que vou desistir,
acho que vou desmaiar.
Estou pensando em dormir
antes de você se calar.


Autor: Lucas Braga

A mente

Os advérbios mentem
ou pensam demais?
Adverbialmente sentem
a mente de quem os faz.


Autor: Lucas Braga

Vício da língua

Mais de mil erros de português:
Mi lium, mi lidois, mi litrês...


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Roda Gigante

Para cada lágrima sua derramada,
me declararei para te alegrar.
Para cada palavra minha apaixonada,
quero que você escute, e não ouse chorar...

domingo, 10 de abril de 2011

Doce

Menina dos olhos de mel,
por quê é assim?
Seu olhar me leva ao céu,
uma viagem sem fim.

Seu olhar doce
alimenta minha alma.
Antes fosse
o motivo da minha calma.

Te quero me olhando
enquanto te olho.
Se te vejo chorando
sou eu que me molho.


Autor: Lucas Braga

Colecionador barato

Sou um colecionador
de coisas baratas.
Coleciono a dor
e palavras ingratas.

Faça-me o favor,
se tiver tempo,
de me dar seu rancor
para meu passatempo.

As coisas lindas
não são prioridades.
Mas são bem-vindas
em troca de saudades.

Não venha colecionar
o mesmo que eu.
O defeito de não amar
é somente meu.


Autor: Lucas Braga

Ritual

Rasgarei teu vestido
se você me permitir.
Deixarei ele caído
até você prosseguir.

Tirarei os brincos
para que não os machuque.
Tirarei todos os cinco
com aquele velho truque.

Te deixarei despida
em chamas e beleza.
Esperarei que seja consumida
pelo tempo e pela pureza.

Após isso, terei poder
de te dizer o que sinto.
Se, por acaso, te aborrecer,
é porque minto.


Autor: Lucas Braga

Mágoas

Já está tarde
e você ainda chora.
Com essa dor que te arde,
não consigo ir embora.

Enxugue suas fontes
que derramam água.
E então desmonte
todas suas mágoas.

Guarde-as para mim
mas não me dê.
Me deixe assim,
com vontade de você.


Autor: Lucas Braga

sábado, 9 de abril de 2011

Pare

Eu sou
quem talvez você não conheça.
Mas se sabe para onde vou,
por favor, me esqueça.

Não me entenda
pois será pior.
Se surpreenda
com essa mentira maior.

Vivo de nomes,
morro de amores.
Me alimento das fomes
de todos esse horrores.

Eu não sou
quem você conhece.
Se quer saber para onde vou,
desiste, esquece.


Autor: Lucas Braga

Certeza

Certas coisas
são incertas.
Com certos
consertos
as coisas incertas
são mais que certas.
Acertos.


Autor: Lucas Braga

Tempos

Um dia me perguntei,
aonde isso ia parar.
Sobre o que pensei,
não consigo te falar.

Às vezes sou assim,
sem começo e meio.
Talvez encontre um fim,
mas, normalmente, não o receio.

A memória está fugindo,
como palavras de uma boca.
Minha mente continua rugindo
até ficar completamente rouca.

Hoje em dia, me pergunto
sobre o que estava pensando.
Não lembro mais do assunto
que estava te falando...


Autor: Lucas Braga

A falta do que fazer

Lhe mandei um recado,
através de uma borboleta.
Talvez fosse pecado
se lhe entregasse, também, uma violeta.

Não me culpo em ser feliz
te anunciando meu amor.
Não sou Machado de Assis,
mas também falo de dor.

Quem realmente te ama,
é meu outro eu.
Quem sempre te chama
não é quem você chama de seu.

Mas quem comete pecado
é quem te escreve
quando está alcoolizado
nos dias frios de neve.


Autor: Lucas Braga

Verdades ébriamente escondidas

Suas palavras de tristeza
me fazem beber.
Quando sento à mesa,
não sou quem costumo ser.

A realidade é diferente,
entendo a verdade.
O que você sente
não é (a verdadeira) realidade.

A distorção da vida
se ajusta ao meu ver.
O que antes era ferida,
se transforma em prazer.

Após te encontrar,
sempre cumpro minha rotina.
Estou sempre a me embriagar
Atrás dessa cortina.


Autor: Lucas Braga

As noites

Ao escurecer do dia,
te encontro com a Lua.
A noite é fria,
E eu sou sua.

Ao te receber,
te entrego alguns beijos,
te entrego o meu ser,
o que realmente almejo.

É necessário o encontro.
A crueldade de 'mais uma vez'.
A necessidade de por um ponto
em tudo que você me fez.

Não me repreenda se, um dia,
acabar com a noite,
matar a sua fantasia
e te castigar em açoite.


Autor: Lucas Braga

Entre tantos

Eu, em meio aos demais,
procuro alguns cantos
para me esconder atrás,
de qualquer um, em prantos.

Para arrancar meu coração,
com minhas mãos, suadas,
sentado no chão,
de almas magoadas.

Na necessidade de lembrar
de um alguém qualquer,
procuro te imaginar,
te entender, mulher.

Pois quando estou sozinho,
preciso de uma mão,
preciso de um carinho,
preciso do seu coração.


Autor: Lucas Braga

A música dentro de mim

Eu vibro,
eu danço,
eu balanço.

De dentro,
euforia,
alegria.
Me contento.

Pés,
cabeça.
Começa.
Danço à beça .

De fora,
a energia
contagia.
Não vai embora.

E todos dançam,
e todos cansam.
Mas continuam a dançar
e contagiam todo o ar.


Autor: Lucas Braga

Pedido cruel

Demita os cantores,
prenda os poetas.
Mate os pensadores,
machuque os atletas.

Acabe com as melodias,
queime as obras,
das pinturas às poesias
e tudo mais que sobra.

Algeme os pianistas,
cegue os visionários,
Corte a voz dos humoristas.
Ponha todos no armário.

Só não acabe com a esperança,
a vida da juventude,
o sorriso de uma criança
e sua maior virtude.


Autor: Lucas Braga

Amor maior

Suja de tinta,
marcas de dedos.
Caneta ainda faminta
por textos azedos.

Pontas amassadas.
Algumas até demais.
Certas palavras, rasgadas.
Coisa que o tempo não quer mais.

Um mundo entrelinhas.
Um segredo a cada ponto final.
Vidas de reis e rainhas
no meio de um carnaval.

Rimas e amores,
choros e tentações,
palavras tomadas de dores,
restos de emoções.

Apesar de tudo,
te encho de frases
enquanto você me deixa mudo
nesse mundo de fases.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Atualidade

Me recolho ainda cansado
com o corpo amansado.
Escureço em seus braços
para não reconhecer seus traços.

Me corte a pele e meu nome,
me mate de fome.
Mas não me reconheça
antes que eu te esqueça.

Seu abraço aquece
meu corpo que apodrece,
meus ossos ainda gelados
gritam, por socorro, calados.

Seu beijo de despedida
acida minha vida
que um dia foi válida,
mas hoje, não passa de pálida.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Ela

A voz que ninguém escuta,
a pétala que machuca,
o início que não começa,
a atriz da minha peça.

A dor que não arde,
a lua que brilha tarde,
o vento que assopra quente,
o veneno de uma serpente.

O som que não existe,
o beijo mais triste,
a escuridão que ilumina,
a droga que me alucina.

Tantas coisas para descrever
a pessoa que me faz viver.
Ela é assim,
perfeita para mim.


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Fingerprints

I can see your fingerprints
through my veins.
It hurts a lot
and I can only feel the pain.

You erase every word
you wrote on me.
Erase with a knife
and make me bleed.

My body is a game
and you're the player.
I play with chains,
I play like a slayer.

Your love is weird
like your fake smile.
Your fingerprints
won't leave me for a while.


Autor: Lucas Braga

My scars

Your poisoned fingers
are touching my skin.
If it lingers,
I'll see you like a sin.

My blood is on fire,
it's burning me inside.
I'm deep in mire
with these veins, so dried.

I got a lot of scars
in my back and chest.
Your nails went too far
and, now, I can't rest.

Your words are
black, white and gray.
To cure these scars
I won't hear what you say.


Autor: Lucas Braga

Memórias

Você diz que me amou
como eu jamais te amei.
Não disse quem sou,
mas disse o que sei.

Sua presença reprime
o ar que respiro.
Momento meio sublime
para um último suspiro.

São memórias mortas
costuradas em meu coração
com linhas tortas
que me machucam em vão.

O tempo desperdiçado,
com essa falsa ilusão
de te ter ao meu lado,
não me deixou decepção.


Autor: Lucas Braga

domingo, 3 de abril de 2011

Ressaca de prazer

É difícil acordar,
e perceber que não existe mais.
Ainda me falta o ar
de algumas horas atrás.

No meu corpo, ainda percorre:
um prazer insaciável,
uma vontade que não morre
com essa chama inflamável.

Nossos corpos como um só,
seu calor me aquecendo.
Minhas veias virando pó,
meu sangue não está mais correndo.

Beber seu prazer,
me causa bastante ressaca.
Irei de devolver
com uma dose mais fraca.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Momento de crise

Essa dor superficial,
que atravessa minhas juntas,
transforma o bem em mal
para todas minhas perguntas.

É sensível e apavorante
enquanto escorre pela pele.
Escuto um gemido agonizante
que faz com que me coração congele.

As batidas param,
o sangue, adormecendo;
as feridas não saram.
Acho que estou morrendo.

E lá do fundo,
de dentro do meu peito,
há um buraco profundo
que me deixa satisfeito.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 30 de março de 2011

Caminhada

Caminho descalço.
Pedras no caminho.
Piso em falso.
Mais uma queda sozinho.

De baixo, vejo tudo.
De cima, não via nada.
Odeio quando me iludo
enquanto estou numa caminhada.

Meus pés doem,
estão dormentes.
Meus dedos se corroem
como minhas unhas e dentes.

Me levanto,
volto a caminhar.
Cesso meu pranto
porque estou num lindo lugar.


Autor: Lucas Braga

domingo, 27 de março de 2011

Sozinho

A polícia daqui
me deixa com vergonha.
Se você faz xixi
ou fuma maconha,
quer bater em ti.
Mas ajudar? Sonha.

Vai empurrando
seu problema pro seguinte.
Não está te ajudando
mesmo quando assiste
um cara te assaltando.
Correr atrás? Desiste.

Hoje, tenho tanto desrespeito,
ódio e incapacidade
de não fazerem o que tem que ser feito.
Parecem sem vontade,
movidos à defeitos.
Roubaram meu dinheiro e identidade!

É uma pena
ter que me proteger sozinho.
Ela só gosta de cena
de jovem com um beckzinho,
de certos "problemas"
e de ficar dentro de seu carrinho.

Preciso de um super-herói,
alguém que me ajude de verdade.
Porque o que mais me corrói
é a falta de seriedade.
Vou pegar minha caloi
e me mudar para outra cidade.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 25 de março de 2011

Suas mãos de gente

Sua mão quente
aquecia a minha, gelada.
Seu calor, de gente,
deixava minha vista abafada.

Era estranho, era bom.
Sua voz me acalmava.
Viciei no seu som
que, muitas vezes, me enganava.

Mas suas mãos
eram diferentes.
Não possuíam sons
mas eram quentes.


Autor: Lucas Braga

The last drink

When do you come?
I want you right now.
I'm feeling so alone
and I don't know how.

When you're by my side,
everything seems lost.
I know, it's my pride
and it'll cost.

Your smile is fake,
your love is blind.
My heart won't shake,
it's all in your mind.

I'm fine with this drink.
Don't come home today.
It's better if you think
that I believe what you say.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 24 de março de 2011

Insônia

Adormecido
Ah! Dorme cedo!
Com a dor, me sedo.


Autor: Lucas Braga

Palavras

Palavras são perdidas
quando falo com você.
Elas arranham minhas feridas,
acho que só você não vê.

Saliva parece dinheiro,
você adora desperdiçar.
Quando sente o seu cheiro,
corre para poder gastar.

Estou cansado de te ouvir,
já cansei de te falar.
Procuro mais dormir
para não precisar te escutar.

Só que tenho uma má vontade
de te largar e ir embora.
Acho que a verdade
é que te quero por agora.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 23 de março de 2011

Metamorfose

Quando acordo entre sonhos,
não sei o que realmente sou.
Momentos meio bisonhos
que me dizem para onde vou.

Bebo goles de diferentes formas
e como migalhas estranhas.
Meu estômago sofre reformas
que modificam minhas entranhas.

Começo a pensar diferente.
Letras e rimas aparecem.
Não é coisa de gente.
Acho que ninguém as reconhece.

Alguns pensamentos teus
geram uma fonte de frenesia.
Acho que ...Meu deus!
Acho que sou uma poesia.


Autor: Lucas Braga