quarta-feira, 29 de junho de 2011

Lábios de cetim

Esse lábios de cetim
são moldados para beijar,
minha boca, sem fim
até o cetim acabar.

E a cada marca em meu rosto,
e a cada beijo em minha boca,
sinto um pouco do seu gosto.
Te sinto, cada vez, mais louca.

E o cetim de seus lábios
e o resto dos meus,
ficaram para os sábios
que nunca te dão adeus.

Foi-se o tempo bom
que te beijava durante o dia
debaixo do edredom
quando o frio nos fazia.


Autor: Lucas Braga

Louco

Tenho de tudo um pouco
mas nada de mim.
Talvez esteja louco
mas prefiro que seja assim.

De tudo o pouco que tenho
nada completa o meu eu.
Se nada sou quando venho,
é porque não tenho nada meu.

Sobram-me espaços
para preenchimento.
Me ame em pedaços
e acabe com o sofrimento.

Talvez tenha um pouco de mim
quando tenho você.
Se vivo com você assim,
eu prefiro não te ter.


Autor: Lucas Braga

Quem está a olhar

Me espreguiço em minha mente
pois meu corpo não está aqui.
Se o corpo é quem não sente,
não acredito que estive a dormir.

Solto as palavras no vazio
e espero o retorno de alguém.
Mas se espero e sinto frio
é porque o fim não está tão além.

Perco-me em pensamentos
que antes não existiam.
A vida pobre em sentimentos.
Os sentimentos que antes não haviam.

Abro os olhos na escuridão
mas as trevas parecem dominar.
Se estão fechados ou não,
depende de quem está a olhar.


Autor: Lucas Braga

Mulheres

Se tu sabes o que queres
mas não sabe o que ele quer,
não chame suas mulheres,
não chame mulher qualquer.

Me digas com precisão
se precisas de um amor.
Suas mulheres sem coração
lhe gritam pelo corredor.

Talvez tu entendas
a verdade por trás delas.
Debaixo das diversas tendas
iluminadas por chamas de velas.

Mas, se tu sabes o que queres
e sabes o que ele quer,
trate-o como as mulheres,
que ele saberá o que é.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 28 de junho de 2011

Me

É nos momentos mais solitários
que você me aparece.
Me beija, me abraça.
Me aquece.

São nas palavras não ditas
que sua imagem me vem
e diz com vontade
que me quer bem.


Autor: Lucas Braga

Um olhar diferente

Eu tenho um olhar diferente,
um olhar mais de gente
que não tem idade,
não é ateu, católico e crente.

Um olhar perceptível,
muito mais audível,
de olhos humanos.
Um humano mais sensível.

Que percebe o canto do vento,
qualquer forma de sentimento.
Que enxerga diferente.
Um olhar mais atento.

Um olhar que ofende
aquele que não o entende.
Aquele que não procura aceitar
e só se defende.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Suposta fome

Abro a geladeira
não por fome.
Bateu uma curiosidade inteira
de comer o que não tem nome.

A luz acende,
a luz apaga...
Só ela entende
que na barriga não há vaga.

É olho grande
na maioria das vezes.
Mas quando a fome expande,
é fome durante meses!

Não dá para entender,
nem me ouso tentar.
A vontade de comer
uma hora vai acabar.


Autor: Lucas Braga

Para quem eu sou

Para quem eu sou
quando me devo?
Por onde meu eu andou
quando eu não me atrevo?

Me escondo das atitudes
feitas por mim.
Mas peco nas virtudes
que meu eu pois no fim.

Sou eu, às vezes.
Normalmente não sou tão eu.
E já passaram vários meses
que meu eu não é mais meu.

Para quem me dou
quando não me pertenço?
Se não sou, o que sou
quando não penso?


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Que tempo é esse

Que tempo é esse
que ora esquenta, ora esfria?
Por que que quando o Sol desce
é que começa o meu dia?

É chuva durante um minuto
e Sol até as seis.
Parece que a Lua está de luto
ou esqueceu de vir esse mês.

Dorme todo coberto
e acorda todo suado.
Esse tempo está mais que incerto
e o certo está mais que atolado.

Ninguém entende esse dia
e já está a escurecer.
Vou-me indo enquanto não esfria
porque o calor já está a adormecer.


Autor: Lucas Braga

Sem o sono

Seus beijos hoje pesam,
me machucam e corroem.
Seus abraços já me lesam
e, os meus ossos, destroem.

Meu sono não existe,
é impossível sonhar.
Se durmo, sonho triste.
Preciso logo acordar.

Já preciso ficar sozinho
sem você, sem o sono.
A solidão me faz carinho
e eu sou meu próprio dono.

Volte outro dia
quando eu precisar.
Talvez numa noite mais fria
para você me abraçar.


Autor: Lucas Braga

Falta de excesso

Onde o som não vai
não existe o mudo.
Apenas o barulho que cai
sobre todos e o tudo.

Onde grito que te amo
e ninguém pode escutar.
Onde, por vezes, reclamo
e não tem ninguém para me aturar.

É excesso de surdez,
é falta de gritaria.
É repetir mais de uma vez,
é viver na rebeldia.

E só eu escuto,
no tempo que o som ficou de luto.


Autor: Lucas Braga

Perdi o poder de te amar

Perdi o poder de te amar
antes de o fazer.
Eu o perdi no mesmo lugar
que me fez amar você.

Dai-me mais um dia
para tentar encontrar
esse poder. Que agonia
eu tenho de não te amar.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Odeio acordar

Eu, simplesmente, odeio acordar
e me deparar com o real.
Por mais que tente se aproximar,
nunca será igual.

Não preciso beber
para me sentir feliz.
Dormindo, é mais fácil viver
e ter o que eu sempre quis.

Por outro lado, adoro dormir
e me livrar de certos problemas.
Posso até te ouvir
recitando alguns de meus poemas.

Já que só te sinto sonhando,
e quando acordo, me mato um pouco.
Prefiro dormir amando
do que acordar e me sentir um louco.


Autor: Lucas Braga

Me fui sem sentir

Me fui sem sentir
e cheguei a lugar nenhum.
Hoje, não sei existir,
me sinto incomum.

Me fui sem escrever
uma carta para meu eu.
Não pensei em me arrepender,
mas hoje, uma parte se arrependeu.

Me fui e voltei
mais de uma vez.
Nessa vida sem lei
eu só entendo português.

Me vou novamente
para tentar me esquecer
antes que fique doente
e queira novamente morrer.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 14 de junho de 2011

Dos versos da alma

De todos esses versos
sou dono de algumas linhas.
Alma de quem já amei,
alma de pessoas minhas.

Lembro de todas elas
a cada suspiro meu.
Diferente de quando escrevo,
que só lembro de quem já leu.

E de cada linha escrita,
escrevi um pouco da alma.
Não apenas no papel
mas no centro de cada palma.

E a cada aceno que dou,
parte da alma é levada
até o coração da pessoa
que considero mais amada.


Autor: Lucas Braga

Veio a saudade bater

Vem a saudade a bater
procurando um apaixonado.
Caso não encontre esse ser,
procurará pelo outro lado.

De cá, sinto a saudade
mas não sinto nenhuma paixão.
Já passou a minha vontade
de alimentar meu coração.

Mas caso ela venha
e me peça com carinho,
na dúvida, dou a senha
e para meu coração, a encaminho.

Veio a saudade bater
em alguém que não a sentia.
Seria possível viver
sem sua adorável companhia?


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Se cansamos, cansamos

Se cansamos do cotidiano,
por quê não cansamos de cansar?
O cansaço é um engano
para quem quer se enganar.

Não tenho cansaço
porque vivo diferente.
Sobrevivo no bagaço
mas não me caio doente.

Estou cansado de duvidar
do meu cansaço diário.
A dúvida me faz cansar
independente do horário.

Me cansei de pensar
que posso ficar cansado.
Prefiro me cansar
a me sentir culpado.


Autor: Lucas Braga

Coisas

Eu vejo coisas
onde coisas não são.
Mas o que são coisas
para quem vive uma ilusão?

Tenho amores
e uma única paixão.
São beijos e favores
que não cabem no coração.

Mas ainda vejo coisas
onde coisas não são.
Já perguntei aos meus amores
se tem a ver com atração.

Acho que as coisas
que ali, não estão,
são simplesmente coisas
da minha única paixão.


Autor: Lucas Braga

Não espere virem te dizer

Não espere virem te dizer
que a vida é colorida.
Não perca seu tempo em ter
uma vida nada vivida.

O que te dizem sem cor
e você acata por desconhecer
acaba com todo o amor
antes de você saber.

E nessas palavras e sotaques
que escuta sem razão,
sofre certos ataques
que atacam o coração.

Tenho palavras mais bonitas
prontas a te falar.
Não sei se tu acreditas,
mas estou a te amar.


Autor: Lucas Braga

Hora

Quando chegará a hora
das palavras terem sentido?
Nunca irão embora
se não tomar nenhum partido.

Palavras que voam ao vento
e pousam sobre seus ombros.
São palavras de sentimento
no meio a tantos escombros.

Quando decidirá agir
e palavrear o que sentes
se só tendes a fugir
e, se não foges, mentes?

Um livro escrito
com palavras de verdade
poderá ser dito
sem deixar saudades.


Autor: Lucas Braga

Não sei amar

Não sei amar
e muito menos sentir dor.
Mas se a dor me deixar,
tentarei sentir amor.

Não há comparação
entre a dor que tenho
e o amor do coração
que sempre abstenho.

Não sei se já amei
ou odiei alguém.
A única coisa que sei
é que procuro alguém.

Se amo ou odeio
e não sei ao certo,
é porque as cartas que leio
são de alguém que não está perto.


Autor: Lucas Braga

Madrugada

Acordo na madrugada
e só encontro a Lua,
a única acordada
de todos da minha rua.

Devagar, adormeço
e tento voltar a sonhar.
Se sonho, agradeço
mas não parece adiantar.

Nas pausas do sono
com o meu acordar
me vejo em abandono
e a Lua a brilhar.

E só me encontro dormindo
quando ela se vai,
onde o Sol vem surgindo
e a noite já cai.


Autor: Lucas Braga

domingo, 12 de junho de 2011

Páginas

As páginas de meu livro
passam-se sem pensar.
Não consigo lê-las
mas consigo, delas, me lembrar.

As palavras são borrões
que são difícil entender.
Com a força que o vento assopra,
só ele, consigo ler.

As páginas do vento
são mais fáceis de parar
já que não tem um livro
que mude-as de lugar.

E eu, já confuso
não sei mais o que leio.
Se é o livro na minha mão,
ou o vento que anseio.


Autor: Lucas Braga

Gosto

Gosto de sonhar acordado
ou acordado sonhar.
Gosto de amar alcoolizado
ou beber para amar.

Gosto de sonhar embriagado
ou beber até desabar.
Gosto de acordar amado
ou amar para acordar.

Gosto de sonhar apaixonado
e me apaixonar ao me deitar.
Porque quando bebo deitado
é difícil de me levantar.


Autor: Lucas Braga

Aquele cheiro

Aquele cheiro
que não quer se calar
cheira bem ligeiro
para não se cheirar.

Cheira pelos cantos
até que perca o odor
e cheire somente os prantos
dos choros do nosso amor.

Chora como se cheira
o sal de seu rosto.
Parece peixe de feira
mas possui um outro gosto.


Autor: Lucas Braga

As águas, os arrepios e o coração

As águas que chora
e escorrem pelo seu rosto
só poderão ir embora
quando sentir-las o gosto.

Os arrepios que sente
quando sente o frio
só acabarão de repente
se tirar os pés do rio.

O coração que ama
e te maltrata de dor
só acenderá a chama
quando encontrar o amor.


Autor: Lucas Braga

Da janela, assassinato

A via lá fora
sentada no jardim
esperando o tempo ir embora,
o tempo que não tinha fim.

Me via na janela
observando-a se divertir.
Me divertia vendo ela,
as flores, despir.

Coitadas eram as flores
que despiam-se sem querer.
Eram gritos mudos de dores
que não se podiam escolher.

Da janela eu via
uma moça assassinar
as flores de um belo dia
porque não sabia como amar.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 7 de junho de 2011

Apenas queria

Queria te abraçar,
dizer amores ao ouvido.
Queria ter o que falar
sem me sentir perdido.

Queria te sentir agora,
queria te cheirar e morder.
Essa vontade não vai embora.
Quero te provar sem me arrepender.

Queria ser você
para nunca mais sentir saudade.
Mas enquanto eu não puder ser,
vou ficar só na vontade...


Autor: Lucas Braga

Fases

No meu peito há uma dor
que me distancia de você.
É falta de amor,
muito tempo sem te ver.

É uma ausência sua,
sou eu sem companhia.
São as fases da Lua
que madruga sozinha.

As palavras vão embora,
seguem outra direção.
Já passou da hora
de cuidar de meu coração.

No meu peito falta amor
que vinha de você.
Ainda tenho aquela flor
que esqueceu de morrer.


Autor: Lucas Braga

sábado, 4 de junho de 2011

Transbordam dos olhos

Transbordam os olhos
com palavras não ditas
que vazam sem sentido
para rotas infinitas.

Palavras que cortam
quem está pelo caminho.
Não sei como eles suportam.
Prefiro viver sozinho.

Transbordam dos olhos deles
pedidos de desculpa.
Você engana eles
querendo que sintam culpa.

Não caio na tentação
nem nas palavras de uma mulher.
Guio meu coração,
sozinho e para onde ele quer.


Autor: Lucas Braga

Tempestade serena

Os céus choram minha tristeza,
derramando meus sentimentos
que não pus sobre a mesa
nos piores momentos.

Me molham em água fria
para me acalmar
sobre aquele dia
que me pus a te amar.

Tenho tantas mágoas
para limpar
com essas águas
que estão a derramar.

Seco com carinho
os céus imensos.
Seco sozinho
nos seus dias mais intensos.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sinto falta de você

Sinto falta do seu cheiro,
falta do seu abraço.
Esse amor se foi tão ligeiro
e só me deixou o cansaço.

Não encontro seu calor
em outros lugares.
Não sinto seu sabor,
viajando pelos mares.

As estrelas matam minhas saudades
e amenizam minhas dores
enquanto as tempestades
destroçam meus amores.

As ondas me chamam para dançar
já que você não está aqui.
Elas ocuparam seu lugar
mas é com você que quero dormir.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Um minuto de luto

Um dia, pensei em você
mas só por um minuto.
Os outros minutos do meu ser
são seus, eu não usufruto.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Minha ariana

Não sei se me apaixonar por ela
é bom ou ruim.
Se me jogas pela janela,
não sentirá tanta falta de mim.

Precisa de uma pegada mais forte,
gosta bastante de dominar.
Talvez eu tenha sorte
dela, em mim, confiar.

É difícil conseguir o seu amor,
mas, conseguindo,
viverei como um sonhador
acordado ou dormindo.

Possessiva até demais
chega a deixar sem ar.
Não sei como ela faz,
mas eu me orgulho de a amar.


Autor: Lucas Braga