quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Confusa

Se furtas meu coração,
não se arrependa,
não ache graça.

Se o busco por satisfação,
não entenda,
o que talvez, eu faça.

Se gostar dessa ficção,
não se venda,
apenas, dele, se desfaça.

Entregue-o ao meu irmão.
Não se ofenda
com essa desgraça.


Autor: Lucas Braga

Sem rumo

Ando no ar,
bebo a terra,
respiro a água.

Se a terra andar,
o ar se enterra
e só resta mágoa.

Por isso, respirar
a água, encerra
a terra que enxágua.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Enquanto escrevo

O vento assopra
e congela meus dedos.
Enquanto escrevo,
compartilho os meus medos.

A chuva derrama
e escorre pela poesia
Enquanto escrevo,
minha pele esfria.

A noite cai
e escurece a visão.
Enquanto escrevo,
bate a depressão.

O fim chega
a poesia fica pronta.
Continuo escrevendo
sem me dar conta.


Autor: Lucas Braga

Fundo do mar

No fundo do mar
sente-se a imensidão.
As bolhas de ar
saem em uma fração.

O gelado
te aquece.
O ilimitado
reaparece.

Não se sente mais nada
sem ar, sem amor.
No coração, uma alfinetada
para anular essa dor.

As lágrimas molham
mais do que o mar.
Os peixes se olham
e continuam a nadar.


Autor: Lucas Braga

Imaginem

Imaginem
a imagem
de um ímã.
Que viagem.

Imaginem
a viagem
de um ímã.
Que imagem.

Imaginem
um ímã
de viagem.
Que bobagem.

Um ímã
de viagem.
Imaginem
bem selvagem.


Autor: Lucas Braga

03:20

São três e vinte.
Hora de dormir.
Não tem mais ouvinte,
nem ninguém para me assistir.

Já passou um minuto.
E eu aqui, escrevendo.
O atraso se torna um insulto
para a poesia que remendo.

Acabou pela metade
a poesia que fiz.
Se foi minha vontade.
Posso dormir mais feliz.


Autor: Lucas Braga

Dificuldade e simplicidade

Fazer um poema
nem sempre é difícil.
Pode ser um problema
deixar seu indício.

Não dizendo nada
ele está pronto.
Até a palavra mais calada
participa desse encontro.


Autor: Lucas Braga

Menina

A menina se observa
de frente ao espelho.
Seu sorriso se conserva
com seu rosto vermelho.

Do outro lado se vê
a mesma menina.
Seus olhos, ela lê
o que ninguém imagina.

Aqui, percebe
que ela, não é ela.
Seu desgosto, ela bebe,
com um gosto que descongela.

A menina se prendeu
dentro do espelho.
Seu reflexo de arrependeu
de ter dado esse conselho.


Autor: Lucas Braga

Você e eu

Se eu fizer besteira,
me castigue.
Se eu não fizer da sua maneira,
não brigue.

Se você errar,
te perdoarei.
Se você não me amar,
te amarei.


Autor: Lucas Braga

O dia seguinte

De roupa amarrotada,
deitado no chão.
Foi mais uma noitada.
Noite sem comparação.

Acorda meio tonto,
transbordando ressaca.
Bebe uísque em vez do café pronto
e belisca o queijo com a faca.

Bafo de cachaça
e barba mal feita.
Se acha sem graça
enquanto se ajeita.

Se sente um imundo
e fica arrependido.
Fecha os olhos e respira fundo.
A vida não faz mais sentido.


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A poesia do bêbado

O poeta escreveu.
Tinha bebido.
A poesia quase morreu
sem ele ter percebido.

De sóbrio, não tinha nada.
A poesia também não.
Acordado até de madrugada,
escrevendo na escuridão.

A mistura de álcool com rima
formou a poesia.
De sono, ele deitou em cima
e sonhou com a fantasia.

A vela se apagou.
O sol começou a surgir.
O poeta acordou
e a poesia, deixava de existir.


Autor: Lucas Braga

Homem mulher

Abriu a porta,
colocou as sacolas na mesa.
Seu marido fazia uma torta
e sua filha a olhava surpresa.

Tirou o terno,
fechou a janela.
Já era inverno
na cidade dela.

Se molhou, se arrumou
e sentou para jantar.
E, a família, esperou
para começarem a ceiar.

Lá fora, caia neve.
Não se ouvia nada.
O som estava em greve.
E ficou até a madrugada.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Corpo na madrugada

Com as pontas de seus dedos
ela sentia um súbito prazer.
Não saciava seus medos
mas conseguia viver.

Com beijos na costela
ela sentia sua nuca arrepiar.
Ouvia o nome dela
correr pelo ar.

Com sussurros no ouvido
gemia bem baixinho.
Seu corpo, já dolorido
se sentia sozinho.

Quando, os olhos, abriu
não enxergou nada.
Com as mãos, os cobriu
e se sentiu usada.


Autor: Lucas Braga

Defeito amoroso


Um defeito,
uma dedicação.
Um desrespeito
para o coração.

Um abuso,
uma paixão.
Um desuso
da situação.

O terror
da concentração.
O amor
em difusão.

A vida
de indecisão.
Sofrida,
sem coração.


Autor: Lucas Braga


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Míssil Trigonométrico

É mais que simétrico,
é igual.
É um míssil trigonométrico
dessa Guerra Mundial.

Uma guerra sem armas,
sem violência.
Em busca de carmas
contra a resistência.

E no meio da multidão
uma luz aparece.
Clareia a escuridão
dessa vida que não a merece.

É mais que simétrico,
é igual.
Esse míssil trigonométrico
causa um prazer visual.

O silêncio, a paz.
A liberdade e o fim.
Nada mais me satisfaz
do que essa luz para mim.


Autor: Lucas Braga

Perfeito

De bermuda e chinelo,
de camisa xadrez.
Com um sorriso amarelo
contou até três.

Na porta, ele bateu.
Estava meio sem jeito.
Ela demorou, mas atendeu.
Foi o momento perfeito.

Aquele perfume
o enlouqueceu.
Com um beijo ardume
seu chão estremeceu.

Entregou-lhe algumas flores
e fez aquele pedido.
Disse um pouco de amores
e esperou presumido.

Ela não respondeu.
Ele se sentiu aceito.
Ela agradeceu
por esse momento perfeito.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O inconsciente

Fui fazer o que ninguém tinha coragem.
Atravessei o preconceito e cuidei da paisagem.
Invadi meus sonhos em busca de minhas lembranças
para viver mais uma vez a época de quando éramos crianças.

O egoísmo não faz mais parte de mim.
Não existe um final, existe o começo de um fim.
Um começo para mudarmos o que queremos
e fazer o que, poucos de nós, fazemos.

Algumas pessoas enxergam, mas parecem que não.
Outras entendem mas vivem na automação.
Se ninguém se move para mudar
essa tristeza nunca irá acabar.

Se penso, conseqüentemente, existo.
Mas se deixo me levarem, não insisto.
Pareço um robô vivendo de obrigações
e apagando a luz para minhas próprias opiniões.

Fui fazer o que me deu vontade.
Se tentar voar, desafiarei a gravidade.
Não existe um "sim" e um "não",
e sim, um "não" para o controle da população.


Autor: Lucas Braga

sábado, 18 de dezembro de 2010

O novo

Um sorriso, uma lágrima, um abraço.
A felicidade de um fim.
Esse novo caminho que traço
não será tão simples assim.

Tantas memórias inesquecíveis
que ficarão eternamente guardadas.
Sonhos e amores impossíveis
se misturam com sorrisos e lágrimas iradas.

Se fosse tão simples recomeçar,
a vida não teria graça para mim.
Seria rídiculo gritar, chorar
e viver tão longe do fim.

Com esse tolos sentimentos
monto meu própio caminho.
Noites frias com chuvas e ventos
andando só, andando sozinho.

Amigos sempre terei.
Longe ou perto, sempre comigo.
No meu coração sempre guardarei
aquele que pude chamar de amigo.

Então a vida continua.
Com lágrimas, sorrisos e um abraço
Minha vida não desgruda da sua.
E é esse caminho que faço.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Nossas fotos

Nossas fotos na parede
estão velhas e empoeiradas.
Lembro de nós, balançando na rede
observando as estrelas despreocupadas.

Nosso beijo de bom dia,
que nunca mais terei,
me lembra a companhia
que um dia eu precisei.

Nossas fotos estão guardadas.
Mas meu sentimento não.
As lembranças são atropeladas
pela angústia e solidão.

Se um dia eu precisar
recomeçar a viver,
tirarei as fotos do lugar
e lembrarei de você.


Autor: Lucas Braga

domingo, 12 de dezembro de 2010

Desfrutável

Desfruto.
Uma árvore nua.
Sozinha, de luto,
que não se insinua.

Sem frutas, desfrutada.
Velha, frágil e calma.
De raiz arrancada.
Sem seus frutos da alma.

Galhos secos,
folhas mortas.
Sementes no chão
que nascem tortas.

Desde semente,
desde fruta.
Vida contente
de eterna luta.

O mau de desfrutar
não é o que a gente conhece.
É dos galhos arrancar
a fruta que amadurece.


Autor: Lucas Braga

sábado, 4 de dezembro de 2010

Coração

Me debrucei no Sol,
lancei meu anzol,
fisguei um coração
que me pedia perdão.

Me joguei no ar
como quem quer voar.
Abri meu peito e tirei
o coração que fisguei.

Passei por nuvens de algodão
carregadas de chuva e trovão.
E protegi do molhado
o coração no bolso encharcado.

De cabeça, caí na cama
com os pés sujos de lama.
Uma lama cheirosa
com gosto de rosa.

O coração, eu perdi.
Ficou por aí.
Quem sabe um dia
o fisgo para me fazer companhia
nessa vida cheia de  ironia.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Febre

Essa febre que me alucina,
que me queima inteiro por dentro
me vicia feito heroína
em um único momento.

Essa febre que deixa meu corpo mole
não sabe o mal que cria.
Me obriga a tomar um gole
desse desejo de fantasia.

A febre toma meu corpo.
Já não sinto mais o calor.
Deixa meu coração oco
e minha vida cheia de rancor.

É difícil resistir a febre.
Mesmo sem saber o que é, eu a aceito.
Me machuca, mas me deixa alegre.
Acho que é seu pior defeito.


Autor: Lucas Braga

A partida

Eu deixei você ir.
O que faço da minha vida agora?
Não consigo mais dormir.
Junto com você, meu ar foi embora.

Saudades do abraços aconchegantes,
dos seus beijos cheios de amor.
Agora tenho que viver de amantes,
tristeza, solidão e dor.

Nada consegue te substituir.
Minha vida não faz mais sentido.
Sua ausência não me deixa sorrir.
Não sei aonde estou metido.

Estranho saber como agüento
tendo meu coração dilacerado.
E viverei nesse sofrimento
enquanto não vivo ao seu lado.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Eu frio

É frio, mas não é lá fora.
Parece estranho, mas é aqui dentro.
Não me dá vontade de ir embora.
O frio aquece meu pensamento.

Apesar do prazer de pensar,
meu corpo está congelado.
Não consigo sair do lugar,
mas viajo assim, mesmo parado.

Na minha cabeça, o prazer ecoa.
Meus músculos estão dormentes.
Minha mente corre, pula, voa;
enquanto meus sentidos ficam doentes.

Comer, dormir, viver, sorrir.
Não sei mais o que é isso.
Só meu pensamento consigo sentir.
Eu sou assim e nada além disso.


Autor: Lucas Braga

Presente

Os ares parecem mais pesados.
Os ventos são mais sufocantes.
Todos problemas do nosso passado
nos tornam insignificantes.

Os minutos estão atrasados,
os sons são mais vibrantes.
Homens agoniados
com mulheres excitantes.

Os rios maltratados
com peixes interessantes,
os deixam asfixiados
com nosso lixo infernizante.

O certo deixado de lado,
pelo bom gratificante.
O Homem fica atolado
pela vontade inquietante.

O planeta enforcado
pela corda dos errantes.
Todos ficam calados
com os assuntos alarmantes.


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Lembranças antigas

Me arrumo com rapidez,
engulo sem mastigar.
Parece a primeira vez
que vou sair para te encontrar.

Te ligo desesperado
para, sua voz, poder ouvir.
Me sinto bem arrumado
e estou prestes a sair.

Parece que nunca te vi antes.
Já escuto sua voz daqui.
Seu perfume é apaixonante
não consigo resistir.

De longe, te vejo.
Seu sorriso é um encanto.
Pra realizar meu desejo,
você me beija. Me espanto.

As horas correm depressa.
Já é hora de me despedir.
Você me beija e novamente começa
esse sonho antes de dormir.

O dia começa, já é hora de acordar.
Abro os olhos e não consigo entender.
Estou cansado de sonhar
com a mulher que não posso mais ter.



Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ignorância

Ignorância.
Adoro poder te ouvir
e depois sentir.
Essa ânsia.

Arrependimento me destrói.
Se você pudesse entender
que me arrependo de te ter,
você sentiria o quanto dói.

Suas palavras me cortam os pulsos.
Doce veneno de sua boca
que me beija com beijos avulsos
e deixa minha mente simplesmente oca.

Ignorância.
Adoro poder te amar
e depois sussurrar
essa discrepância.

Sou um completo ignorante
de te louvar assim
sem colocar um fim
nessa ignorância de amante.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Poesia amassada

De uma folha amassada,
começo a escrever amores.
Onde antes não tinha nada,
surgem versos encantadores.

A arte de escrever escorre pelos meus pensamentos,
chega ao papel em forma de solidão.
Versos que começam em momentos
e terminam com interrogação.

De uma folha amassada, minha poesia aparece.
Me leio atentamente, como se não existisse mais nada.
Minha poesia me enlouquece,
me deixa mudo, de boca fechada.

Não parece uma poesia minha.
Muito triste, muito infeliz.
Uma palavra que não sabia daonde vinha.
Mas que me deixava inconscientemente feliz.

Algo diferente chamou minha atenção.
Aquela palavra chamada "amor",
tocou meu gélido coração
e fez surgir aquele breve pavor
que terminou com interrogação.


Autor: Lucas Braga

sábado, 6 de novembro de 2010

A espera

Esperar, esperar e esperar.
Até onde isso vai chegar?
O menino continua sentado
esperando-a nesse frio embriagado.

Espera, soluça, chora.
Nada o faz querer ir embora.
A chuva começa bem fina
e o menino, continua esperando a menina.

Se ao menos o menino soubesse quem é ela.
Se ao menos ele soubesse o nome dela.
Mas não, ele não a conhece.
E é isso que mais o entristece.

A chuva aperta. O menino fica todo molhado.
O silência cresce. O som continua calado.
Cadê essa menina que não aparece?
O menino deita no banco. E esquece.

Muito tempo depois, ele é acordado.
Por uma sombra escura, ele é abordado.
Não era a menina que esperava.
Era o fim que o encontrava.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Gato

O gato subiu no telhado
sem perceber que estava chovendo.
O gato ficou todo molhado.
Voltou para dentro e ficou todo se lambendo.

O gato pulou no sofá.
Não percebeu o que estava fazendo.
Tomou uma palmada da menina má
e com altos miados ficou gemendo.

A planta caiu. Culpa do gato.
Que bicho mais curioso.
Quer brincar, vai para o mato.
So sabe correr e me deixar nervoso.

O gato agora só sabe dormir.
Acorda para comer e resmungar.
Para mim, parece não existir.
Não gosta mais de brincar.

Mas mesmo assim, eu gosto dele.
Gosto de sua presença também.
Não brigarei mais com ele.
Pois o gato me faz muito bem.


Autor: Lucas Braga

Amor incompreendido

De longe escuto o barulho do mar.
Sinto meu rosto tocado pelo gélido ar.
Andando em direção ao horizonte percebo
que quanto mais eu ando, mas eu sinto medo.

Encontro uma praia deserta.
O frio me congela e me deixa alerta.
Me descalço e ando até a beira da imensidão
onde a areia é dura, dura como o chão.

Não sinto mais meu corpo, está frio.
Frio é pouco, me sinto vazio.
Só meu coração parece bater.
Sinto-o latejar, parece que vou morrer.

A sensação é única, não posso desperdiçar.
Mergulho meu corpo sem a cabeça molhar.
Sinto, com isso, um súbito prazer.
Não me sinto bem, mas não sei o por quê.

Quando me dou conta, já está clareando.
Por fios de luz, meu corpo vai esquentando.
Até que não consigo enxergar mais nada.
É o Sol que nasce da madrugada.

Estou quente, não sinto mais gelidão.
Também não estou sozinho, morreu a solidão.
Ficamos durante horas nos encarando.
Ficamos durante horas namorando.

Até perceber que algo está acontecendo.
Algo bastante estranho, não estou entendendo.
O meu Sol está indo embora.
Sinto aquele medo voltando agora.

Não tenho mais motivo para ficar aqui sentado.
Tenho pavor de ficar sozinho, parado.
Me calço, me levanto e suspiro pela última vez.
Viro de costas e ando com rapidez.

Mas antes que eu possa notar,
um outro fio de luz parece me tocar.
Será o Sol pedindo perdão?
Não. É a Lua, clareando a escuridão.

E sem tempo, volto correndo.
Agora eu estou entendendo:
Não sairei daqui, pois tudo se repetirá.
E ficará assim, pois nunca terminará.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ser poeta

Ser poeta é ser apaixonado.
Às vezes triste, às vezes deixado de lado.
Procura sempre soluções, nunca fica calado.
E quando não ama, é amado.

Ser poeta requer muita determinação.
Aceitar as coisas como elas são.
Desafiar quando na sua vida aparece um "não".
Estar pronto para ouvir seu coração.

Ser poeta, é tudo e mais um pouco.
É morrer e viver pelo outro.
Ler o que escreve e se achar louco.
Louco? Vou gritar até ficar rouco.

Acho que amo o impossível,
me perco no imprevisível,
às vezes me acho invisível.
Sou louco, mas sou sensível.

Autor: Lucas Braga

Vivendo em paz

Como eu sinto saudade
do tempo em que eu só tinha felicidade.
Mas hoje, hoje já é tarde
a tristeza não some e arde.

Gostaria de voltar a ser criança.
Quem sabe não perco a esperança
de viver de mudança
e sorrir, porque sorrir não cansa.

Não preciso mais sofrer.
Muita gente que sofre, quer morrer.
E morrer, morrer para quê?
A morte é uma desculpa para quem não consegue viver.

Hoje, saudade eu já não sinto mais.
A tristeza, ficou para trás.
A dor, não quero sentir jamais.
Porque dor não combina com amor, o amor que me satisfaz.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O ciúme

Às vezes, o ciúme queima por dentro
e as chamas não se apagam, nem com o vento.
Às vezes, eu gosto dessa sensação.
Às vezes, não.

O ciúme é como um buraco no coração.
Um buraco infinito daonde sai a desilusão
e onde caem todas as verdades
desse amor sem razão.

Distorceu o meu amor em pequenos fragmentos
e em cada pedaço, ficaram momentos.
Momentos que jamais serão esquecidos
por mais que tenham sido bastante sofridos.

Essas lágrimas salgadas que escorrem pelo meu rosto
são puramente respostas desse desgosto
que me fizeram acreditar em você
que jamais iria te perder.


Autor: Lucas Braga

Vivendo uma incógnita

Tenho saudades de amar você.
Saudades que não acabam
e me atrapalham a conseguir entender
o motivo de querer te ter.

Com o tempo, minhas saudades diminuem.
Não sei se isso é bom, ou ruim.
Te esquecendo, minhas dores se diluem,
mas também, destruo uma parte de mim.

Não sei se você ainda me ama,
não sei se você ainda me quer.
Passo noites rolando na cama
imaginando-a como minha mulher.

O tempo está passando, a vida está passando.
As saudades estão lentamente me matando.
Enquanto você não está nem ligando,
eu continuo te amando, mesmo sem estar te falando.


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Uma amiga

Eu tenho uma amiga, uma amiga normal.
Muito bonita, mas pouco formal.
Que tem uma voz lindamente angelical.
E quando canta, me faz passar mal.

Eu tenho uma amiga, uma amiga inteligente.
Muito querida, mas pouco carente.
Que fala inglês bastante fluente.
E quando some do mapa, me deixa doente.

Eu tenho uma amiga, uma amiga poeta.
Muito culta, mas pouco certa.
Que sempre tem na cabeça, uma meta.
E quando me beija, me desfoco da reta.

Eu tenho uma amiga, uma amiga carinhosa.
Muito humilde, mas pouco dengosa.
Que é poeta, mas não descarta a prosa.
E quando beijo sua nuca, a deixo nervosa.

Eu tenho uma amiga. E ela me tem.


Autor: Lucas Braga

sábado, 30 de outubro de 2010

"ABCDário da poesia"

Acho interessante inovar.
Basta querer imaginar.
Com rapidez elas vêm.
De oito palavras, surgem outras cem.
É complicado entender.
Fácil ou difícil, depende de você.
Gosto de realizar esse desejo.
Há muito tempo que não o vejo.
Idéias antigas, idéias novas.
Já posso escrever poesias e prosas.
Lindos problemas do meu coração.
Muro alto onde não passa nem um avião.
Novo tema da minha poesia.
Onde encontro fontes de frenesia.
Para quê faço isso?
Queria também saber o motivo disso.
Ria alto para eu poder escutar.
Só sua risada pode me matar.
Também queria entender.
Unidos, juntos até morrer.
Vivendo lado a lado, eu e minha poesia.
Xeque-mate para quem achou que aqui, eu terminaria.
Z é a letra que termina o abecedário da poesia.


Autor: Lucas Braga

Silêncio

Que grito mudo,
que barulho surdo,
é o nada e o tudo,
é o seco e o úmido.

É o luto das palavras.
Que palavras? Não escuto nada.
O beijo não correspondido
de uma jovem apaixonada.

São tantas coisas para te definir,
tantos motivos para sorrir,
tantos bocejos para dormir,
tanta espera para vir.

É o silêncio que chegou.
E com o silêncio, tudo acabou...
Para trás... O barulho ficou...
O barulho... Que o silêncio... Não perdoou...


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sonhador apaixonado

Dos meus sonhos não tiro mais
o sorriso encantador dela.
Começou há alguns dias atrás,
mas daria minha minha vida por ela.

Quem é ela?
Quem é ela?

Seus olhos me tiram do sério,
seu perfume me deixa anestesiado,
sua vida, para mim, é um mistério,
sua voz me deixa alucinado.

Quem é ela?
Quem é ela?

Espero anciosamente a hora de dormir
para nos meus sonhos a encontrar.
Quando me beija, posso sentir
meu coração disparar.

Quem é ela?
Quem é ela?

Eu não sei, mas vou procurar.
Não paro até a encontrar.
E só depois poderei acordar,
porque enquanto eu não a achar,
continuarei a sonhar.


Autor: Lucas Braga

domingo, 17 de outubro de 2010

Com carinho para você

Você me pediu uma poesia.
Com carinho e determinação eu farei
Será curta, mas não será fria.
Não te peguei de surpresa porque eu te avisei.

A cada dia meu sentimento por você cresce.
A cada dia nosso relacionamento amadurece.
Nossas brigas então... Esquece.
Quero poder te dar tudo que você merece.

Me desculpe por pensar demais em você.
Realmente, não tenho pensado muito em mim.
Mas sem você já não consigo viver.
Quero poder te beijar do início até o fim.

Nos meus sonhos eu te vejo.
Ao meu lado eu te desejo.
Porque a cada vez que penso em você.
Fico louco para sentir o seu beijo.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Te espero ou te esqueço?

Te espero ou te esqueço?
Não sei se é você que eu mereço,
mas nao custa nada arriscar
se você está disposto a amar.
Te espero ou te esqueço?
Não adianta chorar.
O pior ainda não chegou
mas está começando a piorar.
Te espero ou te esqueço?
Enquanto escrevo, continuo te esperando
Palavras eu te ofereço
mas acho que não estão funcionando.
Te espero ou te esqueço?
Te espero ou te esqueço?
Meus dedos estão tomados de calos,
meus cabelos estão ficando ralos.
A visão estou perdendo.
Te espero ou te esqueço?
Meu coração está morrendo.
Te esqueço esperando
ou te espero esquecendo?
Acabou as esperanças
e nem pude decidir
o que eu quero agora
virou apenas lembranças.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Estou cansado de sofrer

Estou cansado de sofrer.
Estou cansado de amar você.
Cansado de sempre te ver
e nunca poder te ter.

Estou cansado disso tudo.
Cansado de ficar sempre mudo.
Cansado de por amor sofrer
e é isso que vou fazer.

Pára de fazer isso comigo.
Quero você pra mim
e não ser seu amigo.

O que você faria por amor?
Me diga, não tenha medo.
No meu coração eu vou te por.


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Nada

Palavras não sei usar, mas uso.
Carinho não sei dar, mas dou.
Quer me beijar, mas eu recuso.
Me chamam de diferente, mas não sou.

O que é esse amor amarrado
que me deixa em depressão?
Um beijo embriagado
ou uma simples armação?

Viverei como escravo
dessa maravilhosa ilusão.
Mas não ficarei bravo, não.

Pois cada um tem o que merece.
E você me merece, porque o que parece
é que meu amor te enfurece.


Autor: Lucas Braga

Sonho

Me ame com seus olhos,
me observe com sua boca.
Me beije com sua voz
suave, doce e rouca.

Me fale o que quero ouvir,
me escute o que tenho pra falar.
Deite na cama e venha comigo dormir
porque só assim consigo sonhar.

Me acorde com um beijo
e diga que me ama.
É o que eu mais desejo

Não vá embora, por favor.
Não me acorde desse sonho,
pois meu coração se encherá de dor.


Autor: Lucas Braga

Mistério

Seu nome é um mistério.
Sua idade é um segredo.
Seu sorriso me tira do sério,
mas seu ciúme me dá medo.

Seus beijos me afogam em tentação,
Sem um mapa, é difícil me achar
é correto dizer isso... ou não?
Basta nos seus olhos procurar.

Seu cheiro me dá fome
Seu sorriso me dá prazer
Ainda é um mistério o seu nome.

Seu sorriso me tira do sério
mas isso não me importa mais, pois
seu nome continuará um mistério.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Quero você

Quero que você sinta que comigo ficará bem.
Quero sentir que com você, também ficarei.
Quero te beijar e ir muito mais além
e, com orgulho, dizer que, no seu coração, eu morei.

Quero viajar constantemente no seu corpo.
Quero que você também viaje no meu.
Quero poder te chamar de minha
para você poder me chamar de seu.

Quero viver para sempre ao seu lado.
Quero envelhecer, te ver envelhecendo
e continuar aquecendo seu corpo gelado.

Quero viver na sua memória
para no final podermos dizer que
nossas almas tiveram uma linda história.


Autor: Lucas Braga