quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Amor incompreendido

De longe escuto o barulho do mar.
Sinto meu rosto tocado pelo gélido ar.
Andando em direção ao horizonte percebo
que quanto mais eu ando, mas eu sinto medo.

Encontro uma praia deserta.
O frio me congela e me deixa alerta.
Me descalço e ando até a beira da imensidão
onde a areia é dura, dura como o chão.

Não sinto mais meu corpo, está frio.
Frio é pouco, me sinto vazio.
Só meu coração parece bater.
Sinto-o latejar, parece que vou morrer.

A sensação é única, não posso desperdiçar.
Mergulho meu corpo sem a cabeça molhar.
Sinto, com isso, um súbito prazer.
Não me sinto bem, mas não sei o por quê.

Quando me dou conta, já está clareando.
Por fios de luz, meu corpo vai esquentando.
Até que não consigo enxergar mais nada.
É o Sol que nasce da madrugada.

Estou quente, não sinto mais gelidão.
Também não estou sozinho, morreu a solidão.
Ficamos durante horas nos encarando.
Ficamos durante horas namorando.

Até perceber que algo está acontecendo.
Algo bastante estranho, não estou entendendo.
O meu Sol está indo embora.
Sinto aquele medo voltando agora.

Não tenho mais motivo para ficar aqui sentado.
Tenho pavor de ficar sozinho, parado.
Me calço, me levanto e suspiro pela última vez.
Viro de costas e ando com rapidez.

Mas antes que eu possa notar,
um outro fio de luz parece me tocar.
Será o Sol pedindo perdão?
Não. É a Lua, clareando a escuridão.

E sem tempo, volto correndo.
Agora eu estou entendendo:
Não sairei daqui, pois tudo se repetirá.
E ficará assim, pois nunca terminará.


Autor: Lucas Braga

Um comentário:

  1. Já disse que não conhecia esse Lucas?
    Lindoooooooo, poesias lindas.
    Cada dia uma está ficando melhor que a outra, sério!
    De onde tanta inspiração? rs
    Não gostei não, amei!
    Parabénssssssssssss ♥

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