sábado, 4 de dezembro de 2010

Coração

Me debrucei no Sol,
lancei meu anzol,
fisguei um coração
que me pedia perdão.

Me joguei no ar
como quem quer voar.
Abri meu peito e tirei
o coração que fisguei.

Passei por nuvens de algodão
carregadas de chuva e trovão.
E protegi do molhado
o coração no bolso encharcado.

De cabeça, caí na cama
com os pés sujos de lama.
Uma lama cheirosa
com gosto de rosa.

O coração, eu perdi.
Ficou por aí.
Quem sabe um dia
o fisgo para me fazer companhia
nessa vida cheia de  ironia.


Autor: Lucas Braga

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