quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Refúgio

O ar que respiro
é puro.
É menos um suspiro
que seguro.

A grama que deito
está molhada.
O mais perfeito leito
para quem está cansada.

O som do vazio
me contagia.
O nada que vigio
se torna minha fantasia.

O clima agradável
dá vontade de viver.
A natureza é memorável
e me faz amadurecer.


Autor: Lucas Braga

Lua nova

Seus dedos me apertam os quadris.
Beijos em minhas costas
me deixam mais feliz
do que suas falsas propostas.

A noite continua.
Beijos mais apaixonados
me deixam semi-nua
e com cabelos embaraçados.

A lua nova sorri para nós.
As estrelas nos observam.
E quando ficamos à sós
suas palavras me enervam.

Poucas vozes,
muitos olhares.
Amor em poucas doses
e testemunhas oculares.


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Bêbado em questão

No ladrilho gelado
o bêbado embriagado
tenta se levantar,
mas a ressaca, parece não deixar.

Entre arrotos e soluços
consegue ficar de bruços.
A visão desnorteada
o lembra da última noitada.

Os dedos de sua mão
são infinitos em sua visão.
A cabeça pouco pesada,
aos poucos é elevada.

Pensamentos desentendidos
se arrumam em pobres pedidos.
Da vida, no momento,
não se tem entendimento.

Para que entender
o motivo de viver
se o álcool melhora
sua vida por agora?


Autor: Lucas Braga

Beijo de despedida

Seus olhos, seu perfume.
Sua voz em outro volume.
Dona do beijo viciante
que me leva à viagem mais delirante.

Te levo comigo
para viver em perigo.
E para recompensar,
quero um beijo para me alegrar.

Um beijo, só isso.
Não preciso de nada além disso.
Se pudesse escolher,
assim que gostaria de viver.

E quando vai embora,
adianto a demora
para reencontrar você
e te beijar para reviver.


Autor: Lucas Braga

E agora?

E agora?
Seu sono acabou.
A fome chegou.
O corpo molhou.

E agora?
A porta, bateu.
A escada, desceu.
O telefone, atendeu.

E agora?
Chegou com pressa.
Saiu muita promessa
para quem pouco se expressa.

E agora?
Bateu a saudade
com muita dificuldade.
Veio a vontade.

E agora?
Mudou-se os planos.
Passou-se os anos
de sonhos insanos.

E agora?
O sono chegou.
A fome acabou.
O corpo deitou.

Antes, depois e agora
foram embora.
Restou a demora
que ficou para outra hora.


Autor: Lucas Braga

sábado, 22 de janeiro de 2011

Se o amor fosse fácil

Se seu rosto fosse uma poesia,
te leria todo santo dia.
Se seus cabelos fossem de ouro,
seria meu mais precioso tesouro.

Se suas palavras fossem verdadeiras,
te amaria por semanas inteiras.
Se seus beijos pudessem matar,
já estaria morto, pode acreditar.

Se você fosse minha,
te recitaria, linha por linha.
Se seus olhos pudessem me enxergar,
seu coração poderia me amar.

Se você existe,
não sei se fico triste.
Não sei se acredito
ou duvido desse mito.


Autor: Lucas Braga

Amor mudo

Quando te vejo,
me desperta um desejo
muito louco.

Mas somente te procuro
depois que me asseguro
que isso não é pouco.

E gritarei de amor.
Não de tristeza ou de dor.
Para te amar rouco


Autor: Lucas Braga

Viagens pouco complexas

Constelações nunca vistas,
virgens ao olho humano.
Não se encontram em revistas
de Marte, Plutão e Urano.

Sons desconhecidos,
no vácuo, se propagam.
Pouco parecidos
com os que, aqui, vagam.

Tantos sabores,
tantos tamanhos.
Diversas cores
de pigmentos estranhos.

É fora daqui,
longe da realidade.
É logo ali
na imensidão da diversidade.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Meus versos

Eu tenho medo
dos meus versos.
Exponho meu segredo
para todos universos.

Se resolverem me trair
não terei poder.
Do papel vão sair
e não irei absorver.

Se forem embora,
irei atrás.
Mas, se me derem uma hora,
mostrarei como se faz.

Darei um novo lar
nomeado de poesia.
As palavras vão gostar
dessa nova sintonia.


Autor: Lucas Braga

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Setembro

Me desculpe
por ser triste ao seu lado.
Mas não me culpe
de ter meu amor tão abafado.

Não choro
por te fazer feliz.
Na verdade, eu adoro
ter o que eu sempre quis.

Sou frágil
quando penso em você.
E sou ágil
quando preciso te ver.

Eu lembro
de você todos os dias.
Mas é em Setembro
que minhas noites são mais frias.


Autor: Lucas Braga

Perguntas da vida

Onde estou?
O que sou?
O que é isso?
Preciso disso?
Mas por quê?
Tem mesmo que fazer?
Me explica?
Aonde fica?
Me liga?
Me diga?
Você quer?
Ser minha mulher?
Quantos?
Tantos?
Já?
Posso desligar?
Acabou?
O que sou?
Para onde estou indo?
Será que estou dormindo?


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A sorte

Lareira acesa,
janelas molhadas,
cartas na mesa
todas ensopadas.

Meias ao chão,
pés no sofá.
Fraca a iluminação
para quem quer cochilar.

Pálpebras pesadas,
olhos vermelhos.
Frases pensadas
completam seus conselhos.

Dorme falando,
escuta dormindo.
A chuva continua molhando
e as janelas, assistindo.

O telefone toca,
você não escuta.
O barulho te provoca
enquanto seu sono encurta.

Era importante?
Quem vai saber?
Talvez uma coadjuvante
querendo amar você.


Autor: Lucas Braga

domingo, 9 de janeiro de 2011

Minha cabana de madeira

Minha cabana de madeira
faz muito barulho.
Parece uma escavadeira
ou um papel de embrulho.

Quando venta,
a cabana balança.
Sem cor, meio cinzenta;
sem parede para quem descansa.

Eu continuo gostando dela.
É velha, mas não me importo.
Iluminação à base de vela
e seu barulho, ainda suporto.

A minha cabana
é barulhenta e envelhece.
Mas sua aparência engana
o dia que amanhece.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Rotina diurna

Meu cansaço não acompanha o sono.
Quando deito, me sinto só.
Sensação de abandono.
Minha garganta dá um nó.

Eu escrevo sem cansaço,
eu escrevo sozinho.
Ninguém para me dar abraço,
ninguém para me dar carinho.

Quando o sono vem,
o cansaço não está.
Escrevo sobre alguém
que não pode me abraçar.

O abraço pelo qual me apaixono,
só encontro em sonhos meus.
Quando fico sem sono,
minha poesia diz adeus.


Autor: Lucas Braga

sábado, 1 de janeiro de 2011

Seus olhos de cristais

Seus olhos de cristais
me encantam a alma.
Não quero perdê-la de vista
para não perder a calma.

Seus olhos de cristais
podem chorar amor.
Quando escorrem em cacos
posso sentir sua dor.

Seus olhos de cristais
me tiram a voz.
Isso não é importante
quando ficamos à sós.

Está escuro.
Não vejo seus olhos de cristais.
Sua imagem, desfiguro.
Não os verei nunca mais.


Autor: Lucas Braga

Passarinho

Ei passarinho, não vá.
Se guarde para mim
até nossa amizade acabar.

Ei passarinho, fique comigo.
Enquanto estiver aqui
poderá ser meu amigo.

Ei passarinho, não chore.
Eles estão te procurando,
mas, por favor, ignore.

Ei passarinho, obrigado.
Enquanto estive perdido
você ficou ao meu lado.


Autor: Lucas Braga